Isabel Guerreiro com ‘luz verde’ para entrar no Parlamento
Jorge Eusébio, in Portimão Jornal nº39
A socialista Isabel Guerreiro é a política portimonense mais bem colocada nas listas dos partidos políticos para as Legislativas até agora divulgadas.
A atual presidente da Assembleia Municipal de Portimão deverá ir na quarta posição da lista socialista, o que lhe dá boas possibilidades de ser eleita, caso os resultados se mantenham, uma vez que, nesta altura, o PS conta com cinco deputados eleitos pelo Algarve.
Trata-se da maior surpresa apresentada pelo partido da ‘rosa’, até porque esta advogada, que foi presidente da Junta de Freguesia de Portimão e vereadora na Câmara, esteve muito tempo afastada da vida política, só tendo regressado há poucos meses, na campanha para as autárquicas.
Isabel Guerreiro vai no lugar que, há dois anos, foi ocupado por Joaquina Matos (Lagos), que agora não aparece na lista encabeçada de novo por Jamila Madeira, deputada e ex-secretária de Estado da Saúde.
No que a saídas de peso diz respeito, há também a destacar a de José Apolinário (que foi segundo em 2019), atual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR), o que permitiu a subida na lista do secretário de Estado Jorge Botelho (de terceiro para segundo) e do presidente da Federação Distrital, Luís Graça (passa de quinto para terceiro).
PSD sem representante portimonense
Ao contrário do PS, o PSD não irá apresentar qualquer nome de Portimão como candidato a deputado no Parlamento. O do presidente da Comissão Política local, Carlos Gouveia Martins, ainda apareceu na lista aprovada pelo Conselho Nacional, na décima posição, mas logo fez saber que iria renunciar a esse lugar. Em declarações ao Portimão Jornal confirma que, “nesta altura, já não faço parte da lista”.
O militante portimonense, há dois anos, tinha ido na quinta posição, que, ainda assim, não lhe garantiu um lugar no Parlamento, uma vez que o PSD apenas elegeu três representantes pelo Algarve.
Agora, tinha a expetativa de subir um lugar, uma vez que a proposta aprovada no Algarve, que seguiu para Lisboa, colocava-o exatamente na quarta posição, atrás dos deputados Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos.
Mas, assim que ganhou as eleições internas, Rui Rio avisou que o critério da ‘lealdade’ era fundamental para quem quisesse garantir um lugar de deputado e, nas propostas que levou ao Conselho Nacional, concretizou essa ameaça e, pelo menos nos lugares cimeiros, colocou apenas apoiantes seus.
No Algarve, o principal alvo da sua ‘ira’ foi Cristóvão Norte, que tinha assumido a função de mandatário regional de Paulo Rangel, tendo-se envolvido fortemente na sua campanha. De número um indicado pelas estruturas regionais passou a nem sequer fazer parte da lista e, por arrastamento, vários outros elementos que também tinham apoiado o candidato perdedor acabaram por cair muitos lugares.
Foram os casos, entre outros, de Carlos Gouveia Martins (Portimão) e de Joaquim Cabrita (Lagoa), que, segundo apurámos, tinha sido indicado para o 9º lugar e acabou por ficar em 14º.
Para encabeçar a lista, Rui Rio tirou da cartola um ‘coelho’ chamado Luís Gomes, antigo presidente da Câmara de Vila Real de Sto. António, que, nas últimas autárquicas, tentou, sem sucesso, reconquistar esse lugar, um nome que nem sequer aparecia na proposta votada na região.
Esta autêntica ‘vassourada’ fez com que a lista do PSD ficasse ‘coxa’, em termos geográficos, uma vez que não apresenta qualquer elemento do Barlavento em condições de ser eleito.
João Vasconcelos sai de cena
Quem seguramente não vai continuar a representar o Algarve no Parlamento é o portimonense João Vasconcelos que, por decisão própria, optou por não se recandidatar pelo Bloco de Esquerda, aparecendo nestas eleições apenas como mandatário.
Como cabeça de lista, aquele partido apresenta o eurodeputado José Gusmão, um político com poucas relações conhecidas à região. Nas posições seguintes surgem Igor Gago e Sandra da Costa.
A CDU já divulgou a sua lista completa, a qual é encabeçada pela professora de educação especial Catarina Marques, de 44 anos.
Nos lugares seguintes aparecem os nomes do advogado Mário Cunha e da enfermeira Joana Sanches, que foi membro da Assembleia Municipal de Portimão.