Isilda Gomes e a Fórmula 1: “Nenhum cenário ficará por acautelar”

Texto: Hélio Nascimento


Cresce o entusiasmo e multiplicam-se as informações, umas de caráter iminentemente desportivo e outras que dizem respeito à logística a implementar no Autódromo Internacional do Algarve. Trabalha-se no terreno e também fora dele, sobretudo no concelho de Portimão, onde tudo se concentra. Isilda Gomes, a presidente da Câmara, falou em exclusivo para o Algarve Vivo.   

Agora mais a frio, passadas as emoções iniciais, o que sente a presidente em virtude de o seu Município ir receber uma prova com a dimensão de um Grande Prémio de Fórmula 1?  
Acredito que o dia 25 de outubro constituirá uma data histórica para o desporto motorizado português, com o regresso da Fórmula 1 às pistas nacionais, e logo no Autódromo Internacional do Algarve, situado na nossa freguesia da Mexilhoeira Grande. Antes do mais, receber a prova é uma enorme responsabilidade, que nos trará desafios de toda a ordem para que tudo decorra da melhor forma e seja um sucesso, permitindo a Portimão conquistar de pleno direito um lugar cativo no circuito mundial da Fórmula 1. É essa a nossa aposta e nisso estamos focados, não poupando esforços para cumprimos a nossa parte, pois esta é uma oportunidade de ouro e terá de ser bem aproveitada. 

Estamos perante um projeto de enorme envergadura…  
A passagem dos melhores pilotos e das suas marcas pelo Autódromo Internacional do Algarve constitui, seguramente, o maior projeto desportivo alguma vez realizado entre nós, de um mediatismo inigualável, e isso justifica a máxima atenção aos mais ínfimos detalhes. Nesse sentido, estamos a planificar a estratégia para que tudo esteja a postos quando chegar a altura certa. Uma coisa garanto: nenhum cenário ficará por acautelar.
 
Tem falado com o Paulo Pinheiro? Os preparativos correm dentro do previsto?  
É uma grande honra termos nesta terra um homem chamado Paulo Pinheiro, que é um sonhador e sonhou que o nosso autódromo devia ter a Fórmula 1. Essa sua determinação cativou-nos a todos. Desde a primeira hora promovi um conjunto de reuniões com o AIA, Região de Turismo do Algarve, os principais players turísticos e com as forças de segurança da região, no sentido de se protagonizar uma estratégia regional e local para acolher este fantástico evento. E, neste particular, é da mais elementar justiça referir que todos abraçaram entusiasticamente este projeto desde a primeira hora e são várias as manifestações de incentivo e de disponibilização para o que for preciso, nomeadamente por parte do tecido empresarial. 

Tem mais algum ‘trunfo na manga’? 
Brevemente iremos tornar público a nossa estratégia e o conjunto de iniciativas que estão a ser preparadas como cidade anfitriã destes dois grandes eventos do desporto motorizado mundial e que visam acolher condignamente quem nos visita e potenciar a nossa economia local. Não tenho a menor dúvida que Portimão, no seu todo, saberá corresponder às expectativas, transmitindo para o mundo uma imagem de concelho dinâmico e hospitaleiro. 

Com público ou sem público? O que pensa sobre o assunto?  
O Algarve tem sabido controlar o problema sanitário causado pela pandemia do coronavírus, graças à capacidade de resposta dos profissionais de saúde e demais envolvidos, proporcionando todas as garantias de segurança que nos permitirão receber esta espécie de medalha de ouro do desporto mundial. Vamos ter a prova que queríamos, com regras que respeitam todas os procedimentos sanitários, só que com público, pois não faria sentido aceitar o regresso da Fórmula 1 a Portugal, e logo na estreia no nosso autódromo, sem pessoas e sem emoção. Como tal, considero uma vitória suplementar podermos contar com as bancadas bem preenchidas, de forma correta e segura. 

Hotelaria e restauração já sentem os efeitos?  
Apesar da atual conjuntura, continuamos a ser o melhor destino turístico do mundo, e pensando no caso do Algarve, fomos um excelente exemplo de como implementar medidas de prevenção da pandemia e garantir a segurança dos turistas. Não foram poucos os que afirmaram que se sentiam mais seguros aqui do que nas suas terras. Tenho conhecimento que muitos hotéis e restaurantes já se encontram reservados, a partir de outubro, para acolher a megaestrutura que viaja com estes eventos.  
 
O retorno será certamente significativo? 
A promoção global das provas e, por inerência, da oferta turística algarvia, é algo não quantificável, pois conseguiremos chegar aos quatro cantos do mundo. Não haverá forma mais eficaz de mostrarmos todas as nossas qualidades, dos alojamentos de excelência à saborosa gastronomia, das praias magníficas ao património histórico-cultural. Mas, sobretudo, o que terá de ressaltar é a capacidade de acolhimento de que somos capazes. A tudo isto acrescem os elevados níveis de segurança que estão a caracterizar o Algarve nestes últimos meses, pelo que estou certa que os pilotos, as suas equipas e os milhares de visitantes que virão vibrar com a corrida desejarão regressar no próximo ano, fidelizando a nossa prova no calendário internacional. 

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