Loulé investe 200 mil euros na prevenção de incêndios florestais
As juntas de freguesia de Alte, Ameixial, Salir e União de Freguesias Querença, Tôr e Benafim receberam ontem, da parte da Autarquia de Loulé, máquinas destroçadoras de sobrantes, no âmbito das medidas preventivas da defesa da floresta contra incêndios. A estas quatro juntam-se mais dois equipamentos que ficarão a cargo do Serviço Municipal de Proteção Civil e que irão prestar apoio às restantes freguesias, num investimento total que rondou os 200 mil euros.
Através destas máquinas entregues às freguesias consideradas prioritárias em termos de risco de incêndio florestal é possível, em poucos minutos, eliminar os sobrantes provenientes dos trabalhos agrícolas, de silvicultura preventiva e ainda de trabalhos relativos às faixas de gestão combustível, resultando num produto biodegradável que poderá ser utilizado como adubo e húmus para o crescimento de novas plantas e árvores.
Considerando que mais de 50% das ignições ocorridas nos últimos anos tem origem em queimas, estes equipamentos revestem-se de especial importância para reduzir significativamente o cenário a que se assiste muitas vezes nestas áreas – o depósito de madeiras e outros materiais combustíveis provenientes das explorações florestais e agrícolas empilhados e que constituem um foco eminente de fogos -, bem como diminuir o número de queimas de sobrantes, duas situações que, muitas vezes, estão na origem dos incêndios.
“Boa parte dos incêndios que deflagram no concelho resulta de queimas realizadas sem as precauções necessárias ou são fruto de uma má limpeza dos terrenos. A partir de hoje, os proprietários terão à sua disposição este equipamento que, tenho a certeza, irá diminuir consideravelmente as situações de risco de incêndio no nosso território”, considerou Vítor Aleixo. Para o autarca, pretende-se, “de uma forma articulada, que as juntas possam gerir, conjuntamente com os proprietários, a extensa área florestal que existe no concelho” pelo que a proximidade com a população é um fator determinante neste caso.
Por outro lado, este responsável municipal considerou que estes equipamentos entroncam também na política de adaptação às alterações climáticas na medida em que permitirão reduzir os incêndios e mitigar os efeitos nefastos de libertação de carbono na atmosfera, elemento que provoca o aquecimento global do Planeta.
Já da parte dos representantes das freguesias consideradas prioritárias de acordo com o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, Adriano Cabrita (Alte), José Fernando Carrusca (Ameixial), Deodato João (Salir) e Margarida Correia (União de Freguesias), diariamente as juntas são questionadas sobre o destino a dar aos sobrantes que, muitas vezes, são depositados junto de contentores do lixo, pelo que estas máquinas constituem uma mais-valia na resolução deste problema.
Refira-se que, como realçou Vítor Aleixo, “esta é mais uma ferramenta que faz parte da política municipal de defesa e de proteção da nossa floresta”. As campanhas de sensibilização à população, o Programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, a criação de faixas de gestão de combustível, a par das várias plantações que têm decorrido são algumas das ações realizadas tendo em vista a preservação do património florestal e da biodiversidade paisagística e ecológica do concelho. Um município que conta com uma área de 763,67Km2, sendo cerca de 51,3% da sua superfície classificada como área protegida que é imperativo proteger face à sua importância ambiental, social e económica.
A cerimónia de entrega de máquinas destroçadoras de sobrantes às juntas de freguesia ocorreu no âmbito das celebrações do Dia da Floresta Autóctone. Foi também para celebrar esta efeméride que, no terreno localizado no coração da aldeia da Tôr, um grupo de alunos do 1º Ciclo e Pré-Escolar da escola desta localidade foi responsável pela plantação de algumas espécies autóctones. Um gesto simbólico que vem reafirmar o envolvimento das novas gerações do concelho de Loulé na defesa do futuro do Planeta.