Loulé planta árvores para contribuir para a descarbonização
A Câmara de Loulé celebrou dois protocolos, um com o Associação Natureza Portugal/WWF, outro com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) , que visam promover a transformação da paisagem e mitigar a emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera.
O local escolhido para a cerimónia foi o terreno municipal, na Lagoa de Momprolé, onde, em 2017, através da Operação ‘Montanha Verde’, foram plantadas cerca de 5000 árvores, numa parceria do município com o Zoomarine e as escolas do concelho. As ações protocoladas darão continuidade a uma linha de preocupação com a salvaguarda florestal, e vão ao encontro das medidas propostas no novo dossier autárquico da ‘Agenda Local de Sustentabilidade: Florestas, Biodiversidade e Desenvolvimento Rural do concelho de Loulé 2020-25’.
“Comprometemo-nos a plantar, de forma ordenada, muitos milhares de árvores na Serra do Caldeirão e, com isso, daremos um contributo para o sequestro de carbono em larga escala, mas também para a recuperação de toda a biodiversidade dos serviços ecossistémicos de áreas florestais e que urge recuperar e reabilitar”, disse o autarca Vítor Aleixo, que sublinhou o “interesse económico, cultural e ambiental” desta medida.
Sobreiros, azinheiras, medronheiros, alfarrobeiras, amendoeiras ou oliveiras são algumas das espécies autóctones presentes entre as centenas de milhares de árvores que irão cobrir este território, plantadas ao longo dos próximos 5 anos, quer por iniciativa da própria autarquia, quer através dos produtores florestais e agrícolas.
No que toca à parceria estabelecida com a Associação Natureza Portugal, a entidade nacional associada à prestigiada organização ambiental de âmbito global WWWF – World Wide Fund For Nature, assenta na adesão ao programa ‘Plantar Água’ e à iniciativa ‘Diálogo da Paisagem da Serra Algarvia’, visando o restauro ecológico de áreas na Serra do Caldeirão e o aumento da resiliência socioeconómica das suas comunidades.
Afonso do Ó, representante desta associação, disse que a WWF poderá ser importante nestes projetos do município de Loulé, “tanto pela experiência que detém, como na ligação entre financiamentos públicos e privados, e na capacidade de fazer com que todos os atores se envolvam”.
Quanto ao protocolo com o ICNF, a par da reabilitação e reforço da infraestrutura verde, em especial no interior do concelho, pretende igualmente sensibilizar os proprietários florestais para a importância da floresta autóctone.
O diretor regional do ICNF, Joaquim Castelão Rodrigues, falou das ações programáticas ligadas à transformação da paisagem: a reorganização e gestão da paisagem; as áreas de intervenção de gestão da mesma, que prevê o pagamento daquilo que são os serviços de manutenção da floresta por parte dos proprietários; as questões dos incêndios florestais; e o emparcelamento para evitar áreas abandonadas. Realçou igualmente os objetivos da parceria com Loulé, que passam por “transformar a paisagem, mobilizar os produtores e as associações no sentido de fazer com que esta serra e este concelho sejam mais sustentáveis e que os incêndios se tornem menos agressivos”.