Monchique celebrou inscrição do ‘Bolo de Tacho’ no inventário nacional do Património Cultural Imaterial

A Freguesia de Monchique celebrou, no dia 1 de maio, a inscrição do ‘Bolo de Tacho’ no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, com a realização da XXXIV ‘Festa do M’.
A cerimónia contou com a participação de representantes das diversas entidades que contribuíram para a concretização da distinção, enaltecendo o valor cultural e identitário desta tradição local, como é o caso de José Gonçalo, presidente da Junta de Freguesia de Monchique, Paulo Alves, presidente da Câmara Municipal de Monchique, Pedro Valadas Monteiro, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
A ‘Festa do M’ é dedicada a Monchique, ao mês de maio, ao mel, ao medronho e ao ‘Bolo de Milho’, também conhecido por ‘de Tacho’ ou ‘de Maio’. A população local reúne-se neste evento e leva o seu ‘bolo de tacho’ para partilhar com a comunidade. O ‘bolo de tacho’ faz-se em todo o concelho de Monchique, com referências orais que fazem esta tradição remontar há, pelo menos, 200 anos, explica em nota de imprensa a CCDR do Algarve.
“Tradicionalmente confecionado em maio e celebrado no 1º de Maio, para assinalar a chegada da primavera, os seus ingredientes base são recursos endógenos (farinha de milho, azeite, mel, aguardente de medronho e banho de porco), sendo mais tarde acrescentados outros, como a erva-doce, a canela ou o café. Uma das principais características deste bolo é o facto de o seu resultado se diferenciar em virtude dos ingredientes utilizados, que variam consoante o gosto de quem o faz, mas também por outros motivos como a ordem em que aqueles vão sendo colocados ou o tempo que o bolo demora no forno, por exemplo”, acrescenta.
A inscrição do ‘Bolo de Tacho’ no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial reflete os critérios constantes no artigo 10º do Decreto-Lei nº 139/2009, de 15 de junho, na sua versão atualizada. Segundo o despacho, os critérios são “a importância da manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da respetiva comunidade ou grupo, os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu a manifestação do património cultural imaterial até ao presente, as dinâmicas de que são objeto a manifestação do património cultural imaterial na contemporaneidade, os modos em que se processa a transmissão da manifestação do património cultural imaterial e a articulação com as exigências de desenvolvimento sustentável e de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos, nos territórios onde se pratica”, descreve.