Mural ‘pesca’ peixes de caldeirada em Portimão
Quatro novos peixes utilizados na tradicional receita de caldeirada algarvia vão ser acrescentado ao mural interativo [Cal-Day-Rah-Dah] existente em espaços públicos de Portimão. Este projeto é desenvolvido pela Associação MODO e surge na sequência da experiência que teve lugar no Março Jovem do ano passado.
“Com a criação das novas imagens em diversos espaços públicos, o mural interativo transformar-se-á num divertido jogo, convidando a visitar a cidade e a descobrir todos os peixes escondidos”, refere a câmara.
A iniciativa, que integra o Março Jovem 2024 promovido pelo Município de Portimão, convida a comunidade “a participar neste conceito criativo que cruza gastronomia, arte e cultura, através de uma ‘call’ dirigida a todos os jovens entre os 14 e os 35 anos, que assim poderão contribuir de forma ativa para a preservação e promoção do património local”.
Cada imagem possui um QR code, cuja leitura revelará informações sobre a espécie ilustrada, a receita do prato e pistas para os outros exemplares, havendo um prémio para a primeira pessoa a publicar ‘stories’ no Instagram com fotos de todos os peixes desta receita de caldeirada, mais extensa de ano para ano.
A responsável pela direção artística e gestão de projeto é a portimonense Inês Barracha, que trabalha profissionalmente como diretora de arte, curadora, designer, professora, ilustradora e artista, assumindo-se como “criadora de coisas, movida pela matéria, cor, energia”, para o que “recicla, transforma, mistura, molda, pinta, desenha, numa relação próxima com o corpo, com os outros e com a vida.”
Em [Cal-Day-Rah-Dah], Inês contará com a colaboração próxima de Rita Barracha, designer UX e estratégia criativa de interatividade, também nascida em Portimão e atualmente a residir na Suíça, e da bióloga Ana Marta Costa, Mestre em Recursos Marinhos – pesca artesanal, que fornecerá referências e factos científicos sobre os peixes representados.
“Caldeirada” é uma expressão que pode ser usada para descrever uma mistura ou miscelânea, numa alusão ao prato de peixe tipicamente português que lhe dá o nome.
A autarquia salienta que este prato, cozinhado a bordo por pescadores, é tradicionalmente um reaproveitamento de peixes de baixo valor comercial que resulta numa iguaria bem mais valiosa que a simples soma das suas partes, tendo por isso servido de metáfora para o projeto, não só por ter surgido no mar, mas também como comparação com a rica mistura de influências que coexistem na cultura algarvia, deixada tanto pelos povos que por cá passaram, como pelos imigrantes ou os muitos turistas que visitam a região.