Opinião – Jovens, agora é convosco!!!
João Reis | Professor
Há cerca de 3 semanas, um dos nossos canais generalistas de televisão começou a apresentar, às 3ªs. feiras, um magnífico programa com o título “15/25” com uma muito viva condução jornalística de Conceição Lino.
“Os sonhos, os medos e os desafios da nova geração” são o miolo daquele programa. Fácil é de perceber que se trata de um tema ingente que não pode ficar-se por programas televisivos; a estes, incumbirá, apenas, chamar a atenção de toda a gente para o assunto versado mas, principalmente, de quem é eleito para governar/orientar/conduzir o País.
A pandemia que, agora, nos afecta (e infecta) OBRIGA a que se PREVEJA um novíssimo “leque” de realidades, de ainda desconhecidas situações e correspondente busca de soluções – em todos os aspectos, em todas as áreas. É bom que todos entendamos que haverá muito pouco a repetir, mas muito a alterar; esqueça-se o “regresso”.
Os jovens, nas idades que intitulam o programa – 15 a 25 anos – têm vindo a demonstrar, nas conversas, entrevistas e depoimentos para que são solicitados, uma maturidade e um sentido de responsabilidade surpreendentes, para nós, mais velhos. Isso deve-se a um involuntário preconceito que poderemos chamar “geracional”; isto é, leva as gerações mais velhas a pensarem e a dizerem “no nosso tempo é que era…”. É uma atitude mista de crítica à geração mais jovem (porque procede de forma diferente), de saudade (porque recorda um tempo passado e irreversível) e desatenção, porque não se apercebe que naquele “seu tempo”, também criou, alterou, modificou e fez avançar a Humanidade e o Mundo. É preciso que se entenda que CADA GERAÇÃO cumpre uma pequena ETAPA do longo e perpétuo percurso da HUMANIDADE.
A geração que agora se perfila, no País e no Mundo, é, sem dúvida, a melhor preparada de todos os tempos – pela acumulação de saberes, sentimentos e práticas que têm vindo do passado, a que se junta a enorme, rápida e abrangente revolução das tecnologias digitais. Cheia de capacidades, é também uma geração generosa, atenta e disponível. É vê-los!! Jovens e dinâmicos médicos e enfermeiros, mas também cientistas, investigadores e artistas ou, ainda, informáticos, inventores e jornalistas; junte-se, ainda, aqueles que, demonstrando um avançado e genuíno sentido ecológico, lançam iniciativas, com “roupagens” modernas, nas denominadas actividades primárias, mas necessárias, como o pastoreio, a agricultura biológica e a pesca.
Naturalmente, como aconteceu em todas as gerações, também esta irá ser “infiltrada” pelos indiferentes, os menos capazes, os marginais. Mas como dos “15/25” deverão sair políticos igualmente mais preparados, é de esperar que novas doutrinas e novas formas de governação possam “recuperar” os mais “distraídos”, o que será “BUÉ DA FIXE”! Aos responsáveis dos presentes governos, cá e lá fora – se compreenderem os sinais deste tempo – caberá reconhecer esta elite que desponta, ouvi-la (sem paternalismos nem arrogâncias), debaterem as questões por ela propostas, com lisura, honestidade e vontade de servir, realmente, os Países e o Mundo.
Haja quem olhe, haja quem pense, haja quem ouça!