OPINIÃO | Nasce uma mulher 

Miraldina dos Ramos Diogo


Sobre si recai a responsabilidade

No meio de tantas dificuldades
Entre preocupação sonhos e esperança
Eis que um choro de criança
De repente ecoa do quarto ao lado
E nesse mesmo instante,
Uma voz firme e desiludida

A do pai que diz “É uma mulher.”
“É uma mulher.” Só pode ser castigo
Nasceu! É pequenina e delicada,
Mas pelo nome de mulher é chamada.
E em todo o tempo, por onde ela andar
Sempre assim será chamada

E terá sempre que lutar e fazer por merecer
E honrar o nome sublime de mulher…
Mulher… Já nasce com identidade!

Em meados do século vinte, ser mulher é
Ter coragem e saber sobreviver

Às exigências de uma sociedade utópica
De ser casta, feminina, graciosa e diferente.
Aquela que na batalha da vida é guerreira
E na hora mais difícil é ponderada

Tem sempre um sorriso para dar…
Nasce uma mulher… Mais uma entre tantas!
Mas é única, é ímpar, não a primeira.

Foi a quarta deste lar, que tão pouco tinha para dar
Aquela que o Senhor escolheu para ficar

E como as flores do campo, ela aprendeu a viver
Cresceu e floresceu para ao mundo mostrar
Que tudo valeu a pena e com arte saber sobreviver

Até as lágrimas brotadas por tristeza, dor ou felicidade
Com elas fazer o maior lago da minha vida
Sim, Deus não quis que ficasse o homem
Mas sim a mulher…

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