Portimonense aposta nos seniores para dar continuidade à formação

Texto: Hélio Nascimento, in Portimão Jornal nº32


Nova época e novos sonhos. É assim em praticamente todos os clubes do concelho, que já arrancaram com as suas atividades e estão determinados em dar sequência aos projetos que os embalam.

Ouvidos pela reportagem do Portimão Jornal, dirigentes e treinadores de vários emblemas, afetos a uma mão cheia de modalidades (boxe, basquetebol, futebol, judo e futsal), deixaram um testemunho de confiança, mas, aqui e ali, sem evitar um ou outro reparo. Afinal, todos querem ‘ganhar’…

Comecemos pelo futebol do Portimonense Sporting Clube, que, além de possuir todos os escalões de formação, apresenta agora uma equipa de seniores.

“A principal missão é dar continuidade ao que vem das bases, com o compromisso de valorizar os jogadores formados no clube. O plantel terá entre 22 a 25 atletas e é orientado por Luís Filipe, que já foi o coordenador do futebol de sete e de nove”, explica José Augusto, o diretor-geral dos alvinegros, que, ainda sobre o plantel, revela uma curiosidade.

“Temos um protocolo com a Associação Infanto-Juvenil da Guiné-Bissau e vamos acolher um ou outro jogador no nosso grupo, para propiciar uma nova experiência e fazer intercâmbio”.
Esta equipa sénior (do clube, não confundir com o futebol profissional da SAD), de sub-21, que já iniciou os treinos, vai disputar a II Divisão Distrital, cujo campeonato começa no próximo mês.

“O nosso intuito é fortalecer o símbolo e nunca dividir”, sublinha José Augusto, dando ainda conta da visita de delegações do Canadá, EUA, Inglaterra e Polónia. “O clube também abriu este mercado das redes exteriores, com a entrada do André Gomes, que vai ser gestor de eventos e relações”, vinca o responsável, esperançado em melhorar as condições físicas do Campo Major David Neto.

“A procura, felizmente, é muita. Precisamos de mais campos e balneários”, argumenta, aludindo às 12 equipas em competição mais a escola de recreação, o que perfaz um total de meio milhar de atletas em ação.

Pedra Mourinha quer ter mais visibilidade
Os juniores e os seniores já arrancaram e esta semana foi a vez dos mais pequenos. O futsal do Clube Desportivo Recreativo da Pedra Mourinha voltou aos treinos, para já com cerca de 60 atletas, que vão jogar em cinco equipas, com os seniores a participarem na I Divisão Distrital. “Cresci na Pedra Mourinha, aqui joguei, andei também por outros clubes, mas sempre tive o desejo de voltar para ajudar”, revela Jorge Águas, o coordenador da modalidade.

“A zona cresceu imenso, mas tem pouca credibilidade em termos de futsal. No imediato, queremos ter melhores condições, mais equipamentos de treino e ajudar os treinadores, que vêm trabalhar de graça”, argumenta Jorge Águas, ciente de que mais importante do que as vitórias, no presente, é oferecer condições que levem os atletas a orgulharem-se de representar o Pedra Mourinha.

Os seniores são dirigidos por Nuno Duarte, que já andou pela liga principal (nos Leões de Porto Salvo), e o objetivo é a permanência, embora, a médio prazo, a subida aos Nacionais seja o principal objetivo. A aposta na formação é para manter, a par do aumento da visibilidade do emblema, algo a que Águas e os seus colaboradores dão total prioridade.

Alvor Judo Camp ‘em grande’ e boas dinâmicas em Portimão
O judo também mantém a senda de algum sucesso, pese as contrariedades dos últimos tempos, com as conhecidas paragens e interrupções motivadas pela pandemia.

Só que ninguém baixa os braços, caso da UFAD Judo Alvor, que levou a efeito o seu estágio internacional, com a presença de clubes de Lisboa, Coimbra, de outros locais do Algarve e de uma equipa espanhola.

Este Alvor Judo Camp marcou o recomeço da atividade e decorreu no Pavilhão da Boavista, durante quatro dias, tendo recebido a visita de Isilda Gomes, presidente da Câmara, Ivo Carvalho, presidente da Freguesia de Alvor, e Teresa Mendes, vereadora do desporto. Todos elogiaram o trabalho desenvolvido neste estágio por parte do clube, endereçando ainda palavras de estímulo aos atletas presentes.

O antigo campeão João Neto e o espanhol Hector Nacimiento foram os treinadores convidados, interagindo constantemente com os petizes, como relatou Cristian Bernal, o responsável da UFAD.

O estágio foi “um êxito” e agora é a vez dos treinos diários para os quase cem judocas que pisam o tapete de Alvor. “Queremos chegar à centena de praticantes e lutar pelas medalhas nos Nacionais, sobretudo em juvenis e cadetes”, resume Cristian.

Outro emblema da modalidade, o Judo Clube de Portimão, abriu já os treinos das classes entre os nove e os 12 anos e da competição, seguindo-se, para a semana, os escalões para as crianças a partir dos quatro anos. “As perspetivas são animadoras, em termos de inscrições, uma vez que não houve praticamente quebras em número de atletas”, indica Joaquim Batista, o presidente e treinador. “Mantivemos muita atividade fora do local das aulas e até ganhámos mais aderentes”, prossegue, antevendo que a barreira dos 140 praticantes vai ser ultrapassado na temporada presente.

“As dinâmicas são muito boas, repete o dirigente, lembrando a presença de Manuel Batista e Ema Rodrigues nos ainda recentes Europeus de cadetes, em representação da Seleção Nacional. “Foi uma experiência muito positiva, para lá dos resultados. Não nos podemos esquecer que os judocas portugueses se apresentaram com pouca rodagem e foi a primeira participação num torneio desta grandeza”, salienta, com a esperança de que mais jovens portimonenses possam desfilar na alta roda do judo.


Basquetebol tem três reforços e pretende aumentar praticantes
No basquetebol, os ventos correm de feição, ou não tivesse a equipa de Carlos Almeida conseguido uma fantástica subida à Proliga, o segundo escalão mais alto da modalidade.
Para a época que se avizinha, os alvinegros contam com três reforços: o norte-americano Raheem Watts, um extremo/poste de 27 anos que jogava no Vietname; o também norte-americano Jalyn Paterson, um base de 25 anos que chega do Texas Southern; e o português Ricardo Dias, ex-Barcelos, são as caras novas do Portimonense para atacar a Proliga.

A equipa mantém os técnicos da temporada passada, Carlos Almeida e Luís Ponciano, como adjunto, para além dos jogadores que transitam, casos de Tiago Sousa, Pedro Almeida, Ruben Ferreira, Miguel Alberto, Geovanny Nwamba, Diogo Costa (ex-sub-18), Illya Romanchuk, Marito Veloso, Rui Costa, Eugénio Ferreira e David Pereira.

“Noventa por cento do plantel ficou, o que representa também um prémio do trabalho desenvolvido, e, claro da qualidade desses atletas. De resto, temos três reforços, mas a nossa principal ideia é dar continuidade ao vimos fazendo, em especial na campanha que possibilitou a subida de divisão”, comenta Carlos Almeida, o treinador, que já deu início aos treinos.

O campeonato começa em outubro (dia 9) e o primeiro jogo é com o Galitos, no Barreiro. Para lá dos objetivos competitivos, o basquetebol do Portimonense quer bater o recorde de 2018/19, quando teve 257 atletas em ação.

“Queremos alcançar um novo máximo. Na época transata andámos pelas duas centenas de praticantes, agora acreditamos que este número vai ser superado, desde que se trate de um ano normal, como esperamos”, realça Carlos Almeida.

Em termos de campeonato, o foco assenta na obtenção da permanência. “O primeiro passo é estabilizar o clube neste patamar, depois veremos o que o futuro nos reserva”, diz o técnico, antevendo uma Proliga deveras equilibrada.

“Penso que há duas ou três equipas mais fortes, casos de Barreirense, Queluz e Galitos do Barreiro, que são as mais apetrechadas para subir de escalão, mas todo o campeonato, de um modo geral, será muito equilibrado”, opina Carlos Almeida. Os treinos decorrem no Pavilhão da Boavista, mas devem passar para o Gimnodesportivo quando o Centro de Vacinação, agora neste local, transitar para o Arena, como está previsto.

Diga-se, ainda, que tanto a apresentação do basquetebol como do futebol do Portimonense tiveram a presença de Fernando Rocha, o presidente do clube, que destacou o orgulho que sente por encontrar tanta representatividade nestas modalidades (mais o futsal), que promete continuar a apoiar, inclusive de modo mais efetivo.

GEJUPCE reivindica melhores condições

Rui Oliveira, o presidente da GEJUPCE, está preocupado com o atual estado do pavilhão da Escola Teixeira Gomes, onde treinam as suas equipas de futsal. “Sentimos falta de apoio. As instalações cedidas pela Câmara não reúnem condições e tanto o piso como a iluminação e os balneários estão degradados. As bolas até furam”, queixa-se Rui Oliveira, explicando que o pavilhão dos Montes de Alvor, que também é utilizado, não só fica mais longe como ainda é preciso montar e desmontar as balizas. “Pedimos para utilizar o Pavilhão Municipal, mas nada. Fazemos um trabalho louvável, ganhamos títulos, dignificamos o nome da cidade e, por isso, acho que merecíamos mais atenção”, diz o dirigente. Os treinos já arrancaram, em todos os escalões, com um total de oito equipas, dos benjamins aos seniores (A e B, que vão competir, respetivamente, na I e II Divisões Distritais), englobando cerca de 150 atletas. “Vamos ter também a resposta dos pais”, argumenta Rui Oliveira, a propósito de futuras inscrições.

Boxe e desportos de combate vão ter novas instalações

André Reis tem uma boa notícia para os amantes do boxe e dos desportos de combate: a Câmara atribuiu o terreno onde será edificada a nova academia, na sequência de um projeto de que demos conta em fevereiro, através da nossa reportagem. “Será um projeto de raiz, uma caminhada que estamos a iniciar, para desenvolver estes desportos e até acrescentar outras valências. Vamos crescer e ficar aptos para receber todo o tipo de equipas e seleções”, disse-nos na altura André Reis, referindo-se a um Centro de Alto Rendimento com instalações próprias, já identificadas na cidade. É um sonho que se torna agora cada vez mais real: já há terreno e o processo das novas instalações está prestes a arrancar com as inerentes questões de ordem burocrática. André é o responsável pela Escola de Boxe de Portimão, que coabita com outras seis modalidades, no Centro de Treinos da Coca Maravilhas, onde se reúnem mais de 400 atletas. No caso específico do boxe, são cerca de 150 os praticantes. “Não houve uma interrupção total, mas, neste momento, estamos com mais força, tipo casa cheia, o que é um bom prenúncio. Vamos ver se para o ano reatamos a Portimão Boxe Cup”, salienta André Reis, ainda sem certezas, face ao projeto da academia, que pode vir a concentrar todas as atenções.

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