João Rosa: “A felicidade da profissão de engenheiro é fazer obras que beneficiem uma comunidade”

No dia 2 de dezembro, João Rosa faria 40 anos de carreira profissional, sendo que metade foi passada à frente da EMARP. Reformou-se em 2020 e foi, no final de setembro, que deixou os destinos da empresa nas mãos de uma equipa que considera muito boa. Em entrevista ao Portimão Jornal, o portimonense, nascido em Lobito, revisitou alguns dos mais importantes pontos da gestão da empresa, as dificuldades e a importância das obras que não estão à vista. Explicou ainda as bases que deixou para a criação de uma dessanilizadora que aproveitará água tratada na ETAR, que não pode entrar na rede de abastecimento, para utilizá-la na rega de espaços verdes e campos de golfe.

Reformou-se há cerca de seis meses. Sente que deixou uma equipa preparada para continuar o seu trabalho?
Sim. Se bem que ela ficará desfalcada. O financeiro e o homem dos resíduos [Luís Fernandes] também se vão reformar. Os que ficaram nas águas e saneamento, o Lucas e o Caetano, têm muita experiência. O diretor-geral que me substituiu, o Pedro Romão, já tinha alguma experiência da Portimão Urbis. Esteve connosco uns anos e aprendeu a funcionar como nós. Sempre tivemos uma gestão horizontal, aberta, em que todos sabiam o que o outro diretor estava a fazer. Podíamos substituir qualquer um de nós sem qualquer problema. É claro que a gestão dele será diferente da minha, mas é um técnico competente e desejo-lhe muitas felicidades. Espero que a EMARP continue por muitos e bons anos, pois foram criadas equipas muito boas.

Como é que começou na EMARP?
Assim que conclui o curso fui trabalhar para um gabinete com um amigo de infância. Entretanto, o diretor dos Serviços Municipalizados soube onde eu estava e mandou-me chamar. Era um projeto desafiante, a secção técnica, não havia dúvida. Íamos promover o arranque da Estação de Tratamento de Água (ETA) das Fontainhas e era uma situação que estava muito complicada. Na altura, fartei-me de estudar para pô-la a trabalhar. Os Serviços foram crescendo, mas ficaram só com a atividade da água, porque a eletricidade passou para a EDP e, mais tarde, tornou-se mais fácil de gerir. O engenheiro Moura reformou-se e eu substitui-o como diretor delegado.

Como foi o percurso daí para a frente?
Fui passando por vários presidentes da Câmara Municipal de Portimão, com os quais aprendi muito. O mais desafiante foi o Nuno Mergulhão. Ele disse-me: “João, a Câmara não vai gerir mais a vertente de saneamento, nem de resíduos”. Na altura, entregaram a recolha de resíduos e a limpeza a uma empresa privada e correu muito mal. Tivemos de avançar. Havia uma grande dificuldade em arranjar pessoas para trabalhar, porque foi um ano de explosão económica e não podíamos competir com os salários que a iniciativa privada oferecia. Então disse ao Nuno que só restaria uma solução: criar uma empresa municipal para alargar o leque de funcionários. É que a lei portuguesa à data dizia que para ser funcionário público tinha de ser português e havia muitos imigrantes que poderíamos contratar. Ele deu-me todo o apoio e avancei com a minha equipa para a criação da empresa. Ficámos com a água e também com o saneamento. Um ano depois preparámos e avançámos com o setor do resíduos. Infelizmente, o engenheiro Nuno Mergulhão veio a falecer. Portimão muito lhe deve!

Ele tinha uma visão integrada?
Tinha uma visão de futuro! Seguiu-se o Manuel da Luz. O resto desse mandato correu bem, já o segundo não correu tão bem.

Ficou marcado pela intenção de fusão entre a EMARP e a Portimão Urbis?
Na altura foram criadas muitas empresas municipais. No fim, ficou só a Urbis. Para sobreviverem têm que ter recursos e ser auto-sustentáveis. Aquela era uma empresa prestadora de serviços, mas de outro tipo. Só sobrevivia com contratos-programa que a Câmara fazia com ela. Ora, começaram a falhar os contratos-programa, a Urbis começou a entrar em défice financeiro… Não há milagres! Depois seguiu-se a doutora Isilda. Felizmente, ela teve a coragem suficiente para pegar nisto, porque estava mesmo muito mal.

A EMARP também teve um papel importante nessa fase?
É como tudo, temos que nos ajudar uns aos outros.

Falou-se na altura que chegou a financiar ordenados de funcionários camarários?
Pontualmente sim. É claro que o cobertor não é muito grande e quando tapamos de um lado, destapa do outro. Houve prioridades, deixámos de pagar a algumas empresas, o que me fazia muita confusão. Foi por isso que fiquei com os cabelos brancos, porque a minha maneira de ser não é ficar a dever. É pagar tudo na hora. No entanto, conseguimos endireitar. Houve um ligeiro ajuste no tarifário e os portimonenses ajudaram e continuam a ajudar.

O valor da fatura é um tema muito sensível, sempre sujeito a críticas?
É um ciclo que nunca acaba. Felizmente, porém, os portimonenses têm uma grande vantagem. Apesar de não ter nascido cá, sou também portimonense. E uma grande vantagem é que quando as pessoas demonstram trabalho, ninguém se importa de pagar. É claro que há críticas, aceitámo-las e são sempre bem vindas, mas o sucesso da EMARP deve-se aos utilizadores que diziam pagar a água mais cara do mundo. Na verdade não é bem assim, pois há no Algarve quem pague bem mais. No princípio quando cheguei a Portimão, as coisas eram muito complicadas e as pessoas já nem se recordam. Não havia água em certas povoações, não havia esgotos, o lixo era descarregado onde é hoje a Biblioteca, depois apareceu um ‘dumper’ que começou a descarregar o lixo noutro local. Isto evoluiu muito…

Era preciso essa tal visão integrada?
Sim. É claro que devo também muito ao meu pai que foi meu colega. Era um engenheiro muito bom. Eu não lhe chegava aos calcanhares e, muitas vezes, aconselhava-me com ele. Tinha muita experiência. O engenheiro Moura fez um ótimo trabalho na eletricidade e na conceção das redes. Hoje, Portimão não tem problemas face ao avolumar da construção devido ao que foi feito naquela altura na rede elétrica.

Houve outras intervenções importantes no passado. A zona baixa era inundável?
Essas obras também já vêm do tempo do engenheiro Mergulhão. Ele entendeu que teríamos que o fazer e nós demos sequência à ‘embalagem’ da autarquia. Esventrámos a cidade toda. É preciso uma coragem muito grande. Os presidentes de Câmara são avessos a fazer obras subterrâneas, porque não se veem. Mas ele teve essa coragem, e hoje não há problemas com inundações.

Olhando agora para o seu percurso, acredita que fez muito para melhorar o bem-estar dos portimonenses?
Algumas coisas. Hoje Portimão tem uma rede de infraestruturas inegável e bem dimensionada. É claro que tudo isto tem o seu ciclo de vida e não pára. As infraestruturas envelhecem como nós, têm que estar sempre a ser substituídas e renovadas.

Então pode dizer que se sente realizado?
O meu pai dizia que os engenheiros fazem as obras, as obras ficam e nós partimos. Um artista também deixa as obras, mas aqui é diferente, pois é o benefício da comunidade. A felicidade da profissão de engenheiro é precisamente essa, a de fazer obras que beneficiem uma comunidade e não só uma pessoa.

Do que se orgulha mais?
De criar uma empresa que, penso eu, a nível local e regional é uma referência. É reconhecida. Quando saí, a EMARP estava muito bem financeiramente. Tinha um suporte financeiro que permitirá aguentar os prováveis prejuízos de 2020. E também trabalhar ao longo destes 40 anos com várias equipas. A EMARP é o que é graças aos trabalhadores, dirigentes, técnicos e administração. Foram tempos difíceis. Até fiquei com o cabelo todo branco (risos). Entrou-se numa espiral… Quando uma pessoa começa a entrar numa rampa descendente, não pára um momento para pensar e penso que isso foi o que faltou ao executivo anterior. Parar, pensar e agir de outra forma. Depois foi uma loucura completa.

Houve uma atenção com as pessoas em dificuldades durante a pandemia?
O executivo entendeu e deu uma série de facilidades. Ninguém corta a água a ninguém neste período de pandemia, as dívidas são pagas a prestações, 12 ou 18, houve taxas que foram abolidas…

Estava numa função com muita dinâmica. Sente muita diferença agora no dia a dia?
Agora é diferente. Aqui [no Clube Naval de Portimão] é muito mais calmo. Nós somos donos do nosso tempo, gerimo-lo e não temos patrões. Quando desempenhamos pontos-chave nas empresas temos sempre alguém acima de nós. Há diretrizes e temos que cumprir os objetivos e não pense que os dirigentes não têm de fazê-lo também. A administração é constituída pela presidente da Câmara, na liderança, e pelo presidente da Junta de Freguesia de Portimão, como vice-presidente, que também têm de cumprir esses objetivos.

DESSALINIZADORA NA COMPANHEIRA
A EMARP investiu na energia verde em paralelo, certo?
Como é uma empresa ambiental, sempre houve essa preocupação. Ajudar as pessoas a reciclar, a poupar, a não fazer gastos de água desnecessários, porque é um bem que é escasso. Recolhe os ‘monos’ e os ‘verdes’, um serviço que agora é totalmente gratuito. Tem linhas de contacto rápido e não é preciso ninguém colocar móveis e eletrodomésticos junto às ilhas ou nos passeios. São diversas valências a funcionar. A EMARP, neste momento, tem um projeto que sempre defendi, mas que por outras questões, se calhar por incompetência minha, nunca avançou, foi sendo protelado. Avançará agora. Estão a criar as bases para fazer uma dessalinizadora na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira para a rega dos espaços verdes e campos de golfe.

Essa questão foi mencionada na inauguração da ETAR…
Sim, eles [Águas do Algarve] não fizeram a parte que lhes competia, mas a EMARP fará a dessalinizadora, porque há vários problemas de intrusão na água que lá chega. Fomos isolando a rede de esgotos, mas ainda chega lá alguma, pois não há sistemas de esgotos estanques. O teor do mar anda à volta de 30 ou 40 mil miligramas de sal por litro. Lá chega cerca de dez por cento e é preciso retirar esse sal. Não será uma dessalinizadora com um grau tão apurado, mas a água sairá pura. Avançámos também com uma segunda rede, já feita em grande parte, mas que terá de ser alargada, que servirá para abastecer essa água a quem tem jardins, vivendas, aos espaços verdes. Haverá um segundo contador para a rega.

É possível usá-la para a agricultura?
Não. É só para jardins e campos de golfe. Os espanhóis tentaram colocar as dessalinizadoras a trabalhar para o consumo humano e a água das barragens para a agricultura, que é o grande consumidor do momento. Não chega nem para um nem outro. Com a pouca chuva que ocorre a sul do Tejo, há problemas em encher as barragens. Os espanhóis fizeram e bem as trasfegas do norte para o sul do país e conseguem ter uma agricultura sustentada, ainda que os ambientalistas os condenem um pouco. A nível macro ainda não está definido o que sucederá. O ministro disse que ia ver, mas em Portugal não se passa do vamos ver.

Era urgente tomar uma decisão?
Estas decisões relacionadas com a água têm que ser tomadas com dez anos de antecedência, porque são obras que demoram muito. A dessalinizadora é um processo caro, ainda que depois a longo prazo se torne rentável.

E ainda existe muita perda de água na rede?
Sim. Agora foi criado um programa de investimento, com recursos financeiros da comunidade europeia para substituição da rede de distribuição e adutoras em baixa. É preciso que os executivos o assumam como uma prioridade. Fazer casas dá muito mais nas vistas do que as infraestruturas enterradas, mas hoje esta passou a ser uma prioridade, porque não temos recursos. Perde-se muita água. Anda à volta de 40 a 50 por cento. Há municípios que perdem isso tudo e não pode ser. Não só porque estão a defraudar os consumidores, que têm de cobrir esses custos, mas também porque são valores que poderiam ser alocados para habitação social por exemplo. Depende da grande coragem dos presidentes e eles, felizmente, já estão a mudar de posição e a investir na substituição das redes.

Isilda Gomes, encontrou grandes problemas financeiros na Câmara, mas teve essa coragem com as obras na baixa?
Ainda bem. Se fizermos as contas… Sabe quando custa por ano dez por cento das perdas? Aqui em Portimão custava 50 mil euros. Temos 20 por cento, são cem mil euros. Além do dinheiro, é menos um recurso que vai para o mar.

No concelho há água em todos os locais?
Água em todo o sítio é impensável. Os custos de exploração são muito onerosos. Há pessoas que preferem viver no meio da montanha. É uma opção que fazem. Claro que há qualidade de vida para morar no interior. O saneamento resolve-se mais rapidamente, mas a água é um problema mais difícil. Recolha de resíduos há. Há aglomerados, três ou quatro, como a Pereira, Montes de Cima, que não têm água, mas será ligada ainda que não seja para já. Quando uma pessoa põe um tubo para quatro ou cinco casas, essas infraestruturas são pagas por todos os consumidores, pois reflete-se na tarifa. Tem de ser ponderado e decidido, porque há investimentos prioritários.

RECICLÁVEIS NÃO SÃO COMPETÊNCIA DA EMARP
Aceitava bem as críticas quando havia problemas na recolha dos recicláveis? A responsabilidade é da Algar, mas teimam em acusar a EMARP?

É a EMARP, pois… Isso é o eterno problema da prestação de serviços feita por privados. Em Portugal, ao contrário da Europa, tentaram a privatização, mas todos já chegaram à conclusão que não funciona. São tarifas reguladas. Ora, o privado não gosta da regulação. Têm de obedecer a uma tarifa regulada por uma entidade o que não lhes permite grandes aventuras em termos económicos.

A Algar está numa situação complicada?
Está financeiramente muito mal, porque a entidade reguladora diz que não cumpriu os objetivos e, por tal, não houve aumento de tarifa. Se calhar, abruptamente, vamos ter de pagar esses prejuízos ao longo do tempo e ninguém ponderou essa situação. Sei que a Algar colocou uma ação contra a entidade reguladora, mas não será fácil. Se o serviço já era mau quando era público, agora ficou dez vezes pior, porque não há hipótese. Vão ter de fazer cortes. Não sei qual será o futuro, mas penso que os reciclados vão, forçosamente, ter de passar para os municípios e também tem muitos custos. São camiões, pessoal. O prejuízo da Algar, salvo erro já será de quatro milhões. É mau, é muito mau. Está ali um menino nos braços dos senhores presidentes de Câmara para resolver, porque têm 49 por cento.

É uma faca de dois gumes. Interessa aos municípios pagar pouco pelo serviço, mas são responsáveis pela gestão da Algar?
A tarifa devia ser sempre uma situação de compromisso. Sempre! A entidade reguladora impôs aquela tarifa. O Governo diz que terão de pagar o dobro de 2019 nas tarifas. Assim, do pé para a mão, numa situação económica difícil. Qual é a credibilidade disto? Vamos todos nós pagar as taxas e a duplicar, mas a tarifa não duplica, nem pouco mais ou menos, diminuiu até. Que critérios são esses?

Uma nova face para o Clube Naval de Portimão

Em 2018, João Rosa avançou com uma candidatura à Direção do Clube Naval, que foi a vencedora. Num ano de pandemia há ideias e projetos para avançar.

Quando chegou, implementou logo mudanças?
Sim. Fazia falta. Vamos submeter à apreciação da Câmara um plano estratégico para a atividade desportiva ligada ao mar. O Clube Naval terá mais atividades e será autossuficiente em termos económicos. Claro que isso consegue-se não só com os associados, mas também com um recurso às marítimo-turísticas, que terão infraestruturas. Não é algo novo no país. Viana do Castelo, no norte, e a Madeira já o têm.

É uma questão que tem vindo a ser falada…
Vou só dar uma ‘luzinha’. O nosso armazém, onde guardamos os barcos, será demolido para criar um posto náutico, que marcará um pouco a diferença. O arquiteto terá de casar a arquitetura do Museu com esse Clube Náutico. Portimão merece, dada a atividade que tem. Não temos recursos financeiros para avançar com um projeto desta envergadura, mas quando comparamos o custo-benefício verificamos que um atleta formado nesta área ganha autossuficiência, desenvoltura. Têm de tomar decisões, porque estão sozinhos num barco. O percurso de um jovem aqui, como na atividade escolar, começa a aumentar e tendem a ser líderes. Conseguimos que algumas escolas secundárias inserissem no programa a atividade náutica como a vela, o remo, o surf. Infelizmente, a pandemia trocou-nos as voltas.

O Naval de Portimão é um clube com força?
É. Sem dúvida! Tem bons atletas e ganhamos prémios em várias modalidades. É um clube que, se houver acordo da equipa, que é de luxo, para elaborar o plano estratégico, marcará a diferença.

Havia um projeto para os sócios. Qual o ponto de situação?
Não evoluiu e explico-lhe porquê. Preparámos o dossier para a candidatura a fundos, mas ainda estamos ‘provisórios’. A licença que a APS nos dá é anual. Para recorrer aos fundos comunitários precisamos de uma licença a, pelo menos, 20 anos. Está tudo feito, falta o cumprimento da lei, pois estas infraestruturas iam passar para a gestão do município, mas continua tudo igual. Já pedimos para alargar o prazo, mas a APS é intransigente. Continuamos a pagar-lhe as rendas, mas não se vê investimento. Conseguimos ‘uma lança em África’ que foi os molhes e a colocação de correntes para um quebra-mar que já está preparado para o novo que será feito a seguir.

Será uma obra vossa?
É nossa, mas a APS pagou as correntes e as ‘poitas’ e nós a colocação e a amarração. Se calhar vamos acrescentar mais para as marítimo-turísticas terem melhor possibilidade para carga e descarga de passageiros. Cada vez são mais e é uma componente turística que Portimão não pode desprezar, porque movimenta muito a cidade. Daí advirá, com certeza, suporte financeiro para efetuarmos investimentos, se a Câmara assim o entender, quando tiver a gestão da zona ribeirinha.

São poucos lugares?
São, mas queríamos aumentar muito mais. A Marina de Portimão está mais vocacionada para as grandes embarcações. As marítimo dão muita vida à baixa da cidade e devia haver mais cafés, mais instalações sanitárias, locais para os passageiros ficarem enquanto esperam. Além dos combustíveis, da aquisição de embarcações, de reparações, muitas pessoas trabalham já neste setor. Temos lecionado muitos cursos para a licença de navegação a quem quer enveredar por essa área. Não conseguem aumentar mais, porque não têm lugar, não há capacidade de acostagem. Uma outra infraestrutura era, e sobre essa ainda não posso falar muito, no Parque de Feiras ou nas proximidades para que haja uma abrangência desde a zona norte até à foz.

Esse projeto de que falou no início era o estacionamento vertical dos barcos?
Exato. Isso resolvia-nos um problema, porque temos uma lista de espera muito grande. As pessoas só precisam do barco, a maior parte delas, ao fim de semana. Se estivessem em estacionamento vertical, as embarcações ficavam bem arrumadas, depois de lavadas. Também vamos fazer uma lavagem automática, porque gastamos muita água e é um bem escasso. Essa estrutura permitirá que os sócios tenham um tempo de lavagem gratuito, mas se demorarem mais têm de pôr uma moeda.

Traz estas ideias da EMARP?
É verdade (Risos). Há quem esteja ali muito tempo a lavar o barco e, além de ter custos, é um bem que tem de ser poupado.

Qual é a situação financeira do clube?
É estável. Temos reservas financeiras que nos permitem encarar a pandemia, até porque será um ano complicado. No entanto, como não há atividades desportivas, o dinheiro é acumulado. O objetivo não é chegar ao fim com lucro, que anda sempre à volta de cem mil euros. A intenção é investir nas atividades desportivas, nas estruturas e em condições para os sócios. O lucro é representativo e dá-nos um conforto financeiro, mas não é estanque. Amealhar sem investir não é para mim. Os projetos são sempre necessários e as pessoas têm de semear para evoluir.

Havia também o imóvel na Praia da Rocha?
Do windsurf, sim. Está a funcionar. Fizemos lá uns balneários muito bons, porque estavam num estado muito mau. Parecia um terceiro ‘mundismo’. Renovámos tudo. No edifício do armazém fizemos um ginásio, pintámos, melhorámos e pouco mais, pois é para ir abaixo.

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