Câmara de Portimão instala fibra ótica para criar cidade inteligente
Está debaixo dos pés e nem se vê, mas é um investimento que tem vindo a tornar Portimão, uma cidade mais digital, ao longo dos últimos tempos. São cerca de 50 quilómetros de cabo de fibra ótica, num investimento municipal.
A questão, neste caso, é que será a Câmara, que assume estes custos, a proprietária e gestora desta infraestrutura, sem que dependa de operadores de comunicações privados.
Uma das medidas mais visíveis é o acesso wifi gratuito em diversos pontos da cidade e acessos dedicados à internet temporários sem custos adicionais para a população.
Há pontos de distribuição colocados de forma estratégica, que permitem a expansão da rede dentro da cidade com baixo investimento, existindo já numa considerável área.
Ao Portimão Jornal, José Cardoso, vereador com o pelouro da Cidade Inteligente, explicou que este investimento será estendido a Alvor e à Mexilhoeira Grande. “Os edifícios municipais já estão ligados por esta rede, que será alargada consoante as necessidades e os projetos que são desenvolvidos”, refere.
Um dos exemplos mais atuais prende-se com o sistema de videovigilância, que deverá estar concretizado em agosto, e que utilizará esta rede de fibra ótica para transmissão de dados à central. O valor gasto até à data pela autarquia, incluindo “o das infraestruturas para este sistema de videovigilância, ronda os 400 mil euros, e é facilmente recuperável”, considerando que o município não terá de “contratualizar este serviço, nos locais onde a fibra já foi instalada, a um operador de comunicações, o que teria custos mensais elevados”, justifica.
Na prática, as mais valias são várias, “pois conseguimos ter redes mais ágeis e preparadas para instalar sistemas de monitorização e sensorização das ilhas ecológicas, lugares de cargas e descargas, eficiência energética nos edifícios municipais”, enumera José Cardoso.
Ou seja, alguns projetos piloto que estão a ser testados no concelho usarão esta rede para funcionar, como a monitorização dos sistemas de rega dos espaços públicos, a colocação de sensores nos lugares de cargas e descargas, evitando a utilização abusiva, reforça o vereador.
Esta rede estará disponível também a outras entidades como a EMARP ou aos estabelecimentos do Parque Escolar do município, que usufruem de sistemas e recursos humanos especializados disponibilizados pela autarquia. A Câmara Municipal conseguirá criar uma estrutura base de conetividade que promova a inovação em novos projetos no âmbito das cidades inteligentes, e consegue realizar a gestão centralizada dos sistemas de informação do município, permitindo uma gestão mais eficiente ao nível da disponibilidade e segurança contra os ataques informáticos.
Foi também este investimento que possibilitou que a autarquia criasse um centro de resposta a incidentes ‘Disaster Recovery’ e um repositório de cópias, armazenadas a uma distância considerável do ‘Datacenter Municipal’, o que garante a segurança dos sistemas, quer ao nível logístico, como ao nível físico, em caso de incidente natural ou provocado por ataques cibernéticos.