Cristiano Cabrita: “Este é o tempo de José Carlos Rolo”(2ª parte)
Sente que será o sucessor natural de José Carlos Rolo na Câmara de Albufeira?
Não coloco as coisas nesse patamar. O presidente José Carlos Rolo tem feito um excelente mandato. Acho que as pessoas têm de compreender os tempos na política. Por vezes, tentam antecipá-los e isso é um erro. Este é o tempo de José Carlos Rolo. É meu amigo pessoal e alguém por quem tenho muita consideração. Quando deixar de ser o tempo dele, aí logo veremos. Ainda tem muito caminho para percorrer, este é o seu primeiro mandato como eleito e tem mais dois pela frente. Foi alguém que deu muito à Câmara durante mais de 20 anos.
Sente que é o presidente que o município precisa?
Há um pressuposto que é fundamental para quem está na política. É a convicção de estar a fazer tudo o que é possível para melhorar a vida das pessoas. Ele tem essa convicção e essa energia. Quem está na política deve estar de uma forma desprendida e focar-se na resolução dos problemas, traçar estratégias para a cidade e ele tem isso. Alguém que está num espaço como este há mais de 20 anos, que percorreu o caminho que teve de percorrer, teve o seu tempo, foi vice-presidente e depois presidente. Quando Desidério Silva saiu da Câmara, José Carlos Rolo assumiu a presidência e teve um papel muito importante nessa altura. Mais tarde, com o falecimento de Carlos Silva e Sousa, assumiu novamente o cargo. Não é fácil alguém ter esta capacidade. A população reconheceu o seu trabalho e dedicação ao dar-lhe a vitória nas autárquicas de 2021.
A pouco mais de um ano das próximas eleições autárquicas, previstas para outubro de 2025, quem será o candidato do PSD à Câmara?
Enquanto presidente do PSD Albufeira digo já que será José Carlos Rolo. Este é um apoio claro que já lhe manifestei em privado e que lhe manifesto agora publicamente.
O CONCELHO
Que análise faz ao trabalho realizado nestes três anos de mandato?
Tem sido muito positivo, especialmente na questão da educação, dos apoios sociais e na promoção da marca Albufeira. E só nos primeiros seis meses de 2024, investimos cerca de 25 milhões de euros em obra pública. Requalificámos todos os nossos parques desportivos. Temos em curso o projeto de construção de um lar nas Fontainhas e a ampliação da Unidade de Cuidados Continuados na Guia. Construímos o lar dos Olhos de Água, que foi um equipamento que resolveu um conjunto de problemas importantes. Temos hoje uma rede de transportes municipais, o Giro, que percorre quase todo o concelho, facilitando a mobilidade das pessoas. Há cerca de um ano, concluímos um investimento de habitação social em Paderne, de quase seis milhões de euros, com cerca de 50 habitações. Destas, faltam apenas entregar 15 e vamos continuar a fazer mais casas. Prevemos nos próximos anos construir mais uns 200 fogos. Um dos projetos é no Mercado dos Caliços.
Já é alguma obra visível…
Sim, temos tanta coisa que já fizemos, mas ainda temos outras para concretizar neste último ano do mandato, o que reforça a minha convicção de que não há satisfação maior do que definir uma meta inicial e chegar ao fim dos quatro anos do mandato e cumprir com as nossas ambições. Recordo ainda que temos previsto o alargamento de serviços de infância, a ampliação da Escola Secundária de Albufeira, a expansão do Centro de Saúde e uma candidatura a Cidade Europeia do Desporto em andamento. E hoje somos uma cidade mais cultural.
Até final deste mandato, o que estará concluído?
Temos duas obras importantes que irão estar finalizadas, num investimento de cerca de 15 milhões de euros. Uma é a Unidade de Cuidados Continuados da Guia e a outra é o lar das Fontainhas, que terá também apoio domiciliário e centro de dia.
SEGURANÇA
A segurança é um dos problemas de Albufeira, nomeadamente no Verão. O que está e o que pode fazer a autarquia nesta área?
É um problema porque Albufeira não tem tido a consideração necessária por parte dos sucessivos governos. Nos últimos oito anos, houve uma delapidação clara dos efetivos da GNR. Acho que quem está em Lisboa coloca o rácio da população de Albufeira pelos números dos Censos, que ronda os 43 ou 44 mil habitantes e o divide pelo número de militares. O problema é que Albufeira nunca tem o número oficial de habitantes. Diariamente, mesmo no pico do Inverno, temos cerca de 65 mil pessoas em permanência, em julho chegam às 400 mil e em agosto às 500 mil. Por isso, devia ter havido uma sensibilidade maior por parte do Governo para reforçar os efetivos. Não podemos estar com o mesmo número de agentes com 60 mil pessoas e com 500 mil.
Como se resolve este problema?
Só se resolve com mais efetivos da GNR. Essa é a primeira responsabilidade do Governo. Da nossa competência, fizemos um protocolo com o Ministério da Administração Interna para a construção do novo quartel dos Olhos de Água, temos previsto este ano a inauguração do novo sistema de videovigilância e estamos a trabalhar com a GNR para articular situações de patrulhamento com a Polícia Municipal e com a Proteção Civil. Temos desenvolvido estes esforços, mas a competência principal está no Estado central.
Sente que o cenário vai mudar com o novo executivo do PSD?
O novo Governo está ainda em fase de consolidação das políticas públicas. Não se espere que consiga fazer em 100 dias o que não foi feito em oito anos. Vou dar o benefício da dúvida, mas tenho a expetativa e a esperança de que tenha uma nova visão sobre o que são os problemas concretos. Se eu tivesse em Albufeira 40 mil ou 50 mil pessoas durante todo o ano, não reivindicava um maior número de efetivos da GNR. Sei que este problema ocorre noutros concelhos do Algarve, mas a questão é que Albufeira tem quase 50 por cento da capacidade hoteleira da região. Se houver mais GNR e mais forças de segurança, metade dos problemas que existem em Albufeira em termos de segurança não existiam.