Lagoa avança com dois projetos de proteção e valorização do património

Foi apresentado o projeto de restauro do património móvel e integrado da Igreja da Misericórdia de Estômbar e o projeto para a caracterização patrimonial e arqueológica do Ilhéu do Rosário.

No dia 30 de outubro de 2024, na Quinta ARVAD Wine (Estômbar), o Município de Lagoa apresentou publicamente estes dois projetos de proteção e valorização do património histórico do concelho de Lagoa.

No que se refere ao Ilhéu do Rosário, o principal objetivo é promover um estudo sobre a realidade arqueológica da parte emersa, procedendo à sua contextualização historiográfica e arqueológica, identificando todas as materialidades existentes, incluindo a informação produzida, e desenvolvendo novas ações de registo e investigação, explica a autarquia.

O estudo organiza-se em três etapas: o reconhecimento do sítio arqueológico e a elaboração de um plano de trabalhos; a caracterização das evidências patrimoniais; e o levantamento arqueológico terrestre, recorrendo a métodos pouco ou não intrusivos, como a prospeção arqueológica e a deteção remota.

Quanto à sua historiografia, salienta a câmara, foi possível confirmar, através dos trabalhos já realizados, que recorreram, sobretudo, a metodologias de deteção precisa e não invasiva, de deteção remota, como a tecnologia LiDAR, o enorme ao potencial do meio aquático na zona envolvente ao ilhéu.

No que diz respeito à Igreja da Misericórdia de Estômbar, este é um dos monumentos mais antigos do concelho de Lagoa e uma das misericórdias mais antigas do país, com origem no séc. XVI, tendo o seu hospital sido mandado edificar pelo Escudeiro Diogo Pincho, conforme data “1531” inscrita na verga da porta de acesso à sacristia.

A câmara diz que o grande objetivo passa por preservar o seu arco triunfal e capela-mor, que oferecem pinturas do séc. XVIII (1767), com o retábulo do altar em talha dourada, o crucifixo de madeira com o “resplendor da glória”, duas imagens de roca representando Nossa Senhora da Soledade e São João Evangelista, possivelmente originárias da segunda metade do séc. XVII, uma escultura do Senhor Morto sob o altar, 14 bandeiras da Irmandade, nove varas de mando, entre outras imagens religiosas e objetos litúrgicos e o expurgo/ fumigação da Igreja e sacristia. É de realçar o facto de o restauro da Igreja da Misericórdia de Estômbar já ter sido iniciado durante o mês de outubro.


“Cabe ao Município de Lagoa, no âmbito das suas atribuições e competências, assegurar a preservação e recuperação do património cultural, e é isso que iremos fazer, mais uma vez. Temos muito orgulho do nosso passado, da nossa cultura e património e queremos perpetuá-lo no tempo, dando-o a conhecer às gerações mais novas”, afirmou Luís Encarnação, presidente da Câmara de Lagoa.

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