Fiscal DJ dá música aos algarvios
Alexandre Ramos é já um ‘habitué’ da noite algarvia e anima vários espaços noturnos na região.
Rui Pires Santos
O gosto pela música começou cedo, ainda nos tempos de liceu. Tocava nas festas que a associação de estudantes organizava e na rádio que a mesma dinamizava na Escola Padre António Martins de Oliveira, em Lagoa.
“Nessa altura quando os amigos faziam festas de garagem e aniversários, lá ia eu ‘animar o pessoal’. Mais tarde, pela mão de um grande amigo meu, Paulo Fura, iniciei a atividade de ‘Light Jockey’, numa grande discoteca da época. Posteriormente, ao lado de outro grande amigo e DJ, o Nilton, toquei pela primeira vez nessa mesma discoteca, a ‘Hora H’. Desde aí, de DJ residente a freelancer, tenho tentado não deixar ‘morrer’ o gosto por pôr música”, conta à Algarve Vivo.
É normal encontrá-lo em alguns bares de Portimão, mas não só. “Como Dj freelancer há já alguns anos que não tenho um espaço onde toque habitualmente. Contudo, no período do Verão, há já alguns anos que toco com maior frequência na Praia dos Caneiros (Ferragudo) e no Largo de Carvoeiro”, refere.
Fã da ‘house music’, tem muitos seguidores nos locais onde passa música. Sobre a preferência do público algarvio, diz ser difícil definir. “Não se pode de uma forma generalizada especificar o tipo de música e estilo preferido dos algarvios. O público é diversificado, mas julgo que a ‘kizomba’ está na preferência de muitas pessoas. Eu foco-me no ‘house’, ‘deep house’ e ‘soulful house’ e as pessoas que gostam e me ouvir acompanham-me para onde vá”, salienta.
PAIXÃO SEM LIMITES
“Há paixões que não se explicam, que não se conseguem expressar através de palavras. É assim a minha ligação com a música. É algo que me ultrapassa, algo que me preenche naquele momento e quando estou de fones colocados e de dedos nos botões. Não consigo explicar a sensação de estar a pôr música (especialmente ‘House Music’ – a que mais gosto), e ver que todas aquelas pessoas que ali estão se divertem e que naquele momento não existe mais nada e não ser aquele instante, aquela música…”, explica, com entusiasmo, Alexandre Ramos.
Esta é uma paixão que, apesar de intensa, não é possível efetivar-se a tempo inteiro. “Infelizmente, o Algarve trabalha de forma sazonal e isso dificulta bastante tomar uma decisão de ser DJ a tempo inteiro. No entanto, com muito investimento pessoal e uma boa parceria, no momento certo e na hora certa, tudo pode acontecer”, afirma.
Quanto ao facto de ter de compatibilizar duas atividades profissionais (fiscal e DJ), Alexandre Ramos garante que é possível, desde que se goste do que se faz. “Compatibilizar profissões, sejam elas quais forem, só é possível quando se gosta do que se faz. Isso é essencial.
Exige um esforço enorme e um investimento adicional de ti e das pessoas que te rodeiam, como a família, que tem de compreender e estar a teu lado”, sublinha.
Em relação ao ano de 2017, a ambição é muita, mas Alexandre Ramos espera que seja “tão bom como em 2016”. “Já tenho algumas datas agendadas, mas perspetivo que este também seja um ano com muito e bom trabalho”, revela.