Associação de Municípios do Algarve poderá solicitar apoio do Governo a lesados das inundações

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Em declarações ao site da Algarve Vivo, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve/AMAL, Jorge Botelho, disse que aguarda que as autarquias de Albufeira e Loulé procedam à avaliação dos prejuízos causados pelas inundações para aquela associação poder tomar medidas. “O estado de calamidade pública é uma situação a equacionar”, admite o autarca. Mas também espera para ver qual a cobertura das seguradoras.

Texto: José Manuel Oliveira

Foto: Direitos reservados

A Comunidade Intermunicipal do Algarve/AMAL está disponível para solicitar apoio financeiro ao Governo para os lesados nos concelhos de Albufeira e Loulé, os mais atingidos pelo mau tempo que assolou no domingo, 1 de novembro, esta região do sul do país. Mas, para já, aguarda pela avaliação dos prejuízos por parte das respetivas autarquias.

“O estado de calamidade pública é uma situação a equacionar, a AMAL poderá solicitar apoio ao Governo e estará disponível para aquilo que for necessário. Em primeiro lugar, esperamos que seja efetuada a avaliação dos prejuízos pelas câmaras municipais dos concelhos afetados, o que ficará concluído dentro de dias, numa altura em que ainda se procede a trabalhos de limpeza, e ver o que deverá ser coberto pelas seguradoras”, sublinhou, em declarações ao site da revista Algarve Vivo, o presidente da AMAL e da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, lembrando “já ter passado” por situações idênticas quando há anos aquele concelho foi fustigado por violentos incêndios durante o Verão.

De qualquer modo, e referindo-se à intervenção da associação de municípios do Algarve em relação aos prejuízos provocados pelas inundações nos concelhos de Albufeira e Loulé, considerou, de forma cautelosa, ser ainda “muito prematuro” anunciar as medidas a tomar. E acrescentou: “os estragos são muito grandes, é preciso quantificar os prejuízos e o temporal ainda não passou”.

Três unidades turísticas afetadas pela intempérie em Albufeira e a promessa de ajuda do Governo a lesados

Por seu turno, Elidérico Viegas, presidente da direção da AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, com sede em Albufeira, entende que “não ficaria mal” ser declarado o estado de calamidade pública naquele concelho. “Tal situação iria permitir condições de financiamento mais favoráveis no acesso ao crédito por parte de quem ficou lesado e não tem seguro”, observou.

Aquele dirigente da AHETA contou à Algarve Vivo que “três unidades turísticas” situadas em Albufeira, que se encontravam em funcionamento, também foram atingidas pelas inundações no passado domingo.

No final da sua visita, nesta segunda-feira, às zonas afetadas pela intempérie, o novo ministro da Administração Interna, João Calvão e Silva, admitiu aos jornalistas vir a ser declarado o estado de calamidade pública no Algarve. Contudo, ressalvou, “só depois do levantamento dos prejuízos, um dos requisitos legais”, o Governo poderá, ou não, decidir nesse sentido. “Esta gente precisa de ajuda imediata”, reconheceu o governante, apontando para as infraestruturas e bens públicos e privados destruídos.

Antes de se deslocar a Albufeira, o ministro apresentou condolências à família de um idoso de 79 anos, encontrado morto, hoje, cerca das 9h30, na zona de Boliqueime, por um cão pisteiro da GNR, numa operação de reiniciação de buscas após o indivíduo ter desaparecido, no domingo, numa enxurrada naquela área do concelho de Loulé. Recorde-se que o automóvel da vítima foi encontrado totalmente submerso e sem ocupantes.

“As câmaras municipais estão preparadas para eventuais situações que possam ocorrer no Inverno”

Numa altura em que populares, comerciantes e empresários da restauração e similares de Albufeira e de Quarteira lesados pela chuva intensa que caiu durante horas no domingo, além de vários especialistas, atribuem as inundações na via pública, em estabelecimentos e habitações à construção massiva nas últimas décadas para o sector turístico, com a obstrução de linhas de água, Jorge Botelho mostrou-se prudente, preferindo não tecer comentários sobre situações específicas. “Cada caso é um caso”, notou, adiantando não ter conhecimentos sobre essa matéria e deixando as avaliações para os peritos. “As câmaras municipais atuam perante a legislação em vigor”, frisou.

Botelho chamou, no entanto, a atenção para o forte temporal ocorrido no domingo: “Foi a maior quantidade de água que se viu. Em 14 horas choveu mais do que em todo o mês de novembro ou em dezembro nos últimos anos. São situações absolutamente anormais”. Contudo, e quando se aproxima o Inverno, o presidente da AMAL mostrou-se confiante: “Espero que chova, isso é importante depois de um período de seca severa. Não receio o Inverno. Esperamos para ver o que acontecerá. As câmaras municipais estão preparadas para eventuais situações que possam ocorrer. Não posso fazer previsões sobre o tempo, mas também não espero nenhuma desgraça, nenhuma catástrofe”.

 

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