Campus de Gestão e Turismo da UALG assinala 30 anos

O Campus de Portimão da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo, da Universidade do Algarve (UALG), comemora 30 anos, com uma sessão no Teatro Municipal de Portimão, no dia 3 de dezembro.

Está prevista a intervenção de Paulo Águas, reitor da UALG, de Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal, e de Alexandra Gonçalves, diretora desta Escola Superior.

No decorrer da cerimónia, conforme apurou o Portimão Jornal, serão recordados os primeiros tempos do polo, entregues lembranças a Ludgero Sequeira, Figueiredo Santos e Cristina Bentes, docentes da instituição, e alunos que passaram por este estabelecimento de ensino superior prestarão alguns testemunhos. No final, serão cantados os ‘parabéns’, será apresentado o selo comemorativo dos 30 anos do Campus de Portimão, e atuará a ‘Tunabebes’.

Na atualidade, este estabelecimento conta com 420 alunos, distribuídos por uma licenciatura em gestão, em regime diurno e outra em regime pós-laboral, uma licenciatura em turismo e um mestrado em gestão de pequenas e médias empresas.

Ao Portimão Jornal, Paulo Águas referiu que a importância da instituição no concelho passa pelo facto de, “nestes últimos 30 anos, já se ter formado mais de uma geração de pessoas desta sub-região do Algarve, mas também de muitas outras zonas do país”. “Temos contribuído para qualificar pessoas, que não teriam a possibilidade de o fazer, se a Universidade não estivesse presente no concelho” e, ao qualificar estas pessoas, “contribuímos para o desenvolvimento económico e social dos locais onde estes profissionais se encontram” de momento, acrescentou.

A perda de alunos nos últimos anos, não foi uma realidade isolada, não tendo Portimão fugido à ‘regra’ do restante país. Antes de 2010, o Campus de Portimão chegou a ter cerca de 600 alunos, número que caiu até 2015, com pouco mais de 300. “Não conseguiu recuperar na totalidade”, mas tem vindo a crescer de novo, refere o reitor.

Também em declarações ao Portimão Jornal, Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, afirmou que “o polo de formação da Universidade do Algarve na área do turismo é fundamental, porque esta é uma região turística por excelência”. “Precisamos de quadros bem formados, bem preparados, para que tenham uma intervenção mais eficaz e, sobretudo, mais assertiva. Se queremos ser uma região competitiva temos de começar por formar bons quadros para as nossas unidades hoteleiras e para todas as áreas que dizem respeito ao turismo”, defende a autarca.

Projeto ambicioso
A Câmara Municipal de Portimão já se comprometeu a ceder um terreno no Barranco do Rodrigo para a construção de um Campus Universitário em Portimão. “Reconhecemos que o atual espaço não é suficiente, é pequeno, tem poucos alunos e, portanto, precisamos de desenvolver esforços e criar condições para poder ter mais alunos, não só na área do turismo, como noutras que hoje estão na ordem do dia”, defende Isilda Gomes.

A autarca assinala a dificuldade de muitas famílias de Portimão em pagar um quarto para os filhos estudarem em Faro, Lisboa ou até Coimbra, por isso considera essencial criar condições em Portimão para “agregar os estudantes do concelho”. Essa foi uma das razões pelas quais a autarquia resolveu ceder o terreno à Universidade do Algarve.

Segundo Paulo Águas, “esta intenção já foi alvo de reflexão no Conselho Geral da UALG”, o órgão mais importante da academia, que elege o reitor, fiscaliza as suas ações e aprova os planos, e “há um consenso a nível da necessidade de aumentar a presença no Barlavento”. Só que esse crescimento não será possível nas atuais instalações, como admite o reitor.

“Começámos onde estava a funcionar a Junta de Freguesia, ao lado da Igreja do Colégio e, passado três anos, fomos para o ‘matadouro’, instalações que serviram nestes quase 30 anos. Temos vindo a conversar com o município e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e há expetativas muito boas para criar novas instalações e desenvolvermos um projeto mais ambicioso, arrojado, com diversificação de cursos”, atesta.

O caminho será percorrido nos próximos anos, pois o reitor não acredita que poderá ser uma realidade efetiva antes de 2025, com uma candidatura ainda por fazer, projeto e construção, mas os cursos serão decerto em áreas do ‘mundo digital’, transição digital e energética, não esquecendo a diversificação da base económica do Barlavento e que Portimão tem um Autódromo.


TESTEMUNHOS

Um espaço de proximidade

Paulo Águas • Reitor UALG

“Quando recordamos o passado, lembramo-nos das pessoas, que são o que mais nos marcam. Lecionei em Portimão, logo nos primeiros cursos, e recordo um professor de inglês, que era uma pessoa extraordinária, bem como de alunos que, hoje, têm percursos até ao nível da academia. As recordações relacionadas com os primeiros grupos de estudantes também são sempre fortes, de grande proximidade. O que Portimão tinha e tem ainda, em relação a Faro, é uma grande proximidade, onde todos se conhecem, todos se relacionam. Não tem uma área arborizada dentro do Campus, dois hectares, nem seis mil alunos, mas tem tido essa marca deixada nas pessoas e nos funcionários que trabalham no polo”.


Profissionais qualificados

Isilda Gomes • Presidente da Câmara

“O projeto do futuro Campus Universitário e a nova Escola de Hotelaria e Turismo quase que se complementam. A UALG tem umas áreas, a EHT tem outras e, com este reforço da capacidade também da EHT, esperamos que, a partir de agora, possamos vir a formar mais jovens e muito qualificados. Se quisermos ser uma região competitiva nesta área, temos também de ter a capacidade de atrair trabalhadores”.


NÚMEROS

⇨ 126 alunos frequentam a licenciatura em gestão, em regime diurno

⇨ 112 frequentam a licenciatura em gestão, em regime pós-laboral

⇨ 149 frequentam a licenciatura em turismo

⇨ 33 frequentam o mestrado em gestão de pequenas e médias empresas

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