FICLO tem 12 estreias nacionais no programa

A programação para a segunda edição do Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão (FICLO), que decorre entre 28 de março e 5 de abril já está fechada.

Segundo a organização, nesses dias serão exibidas em diversos espaços da cidade 40 obras de ficção, animação e documentário, com destaque para a obra do realizador catalão Albert Serra, no ciclo gótico tropical, e os grandes clássicos do cinema italiano.

O evento promove 12 estreias nacionais e um conjunto de actividades paralelas dedicadas à escrita, debate e aprofundamento das conexões entre o cinema e a literatura como os passeios performáticos pela cidade ou a leitura encenada por Rogério de Carvalho do argumento escrito em residência pelo realizador Tiago Hespanha.

No FICLO ganha ainda importância a competição internacional que integra, este ano, nove obras de produção recente, que exploram as formas diversas de relato fílmico, todas elas vertebradas pela viagem como temática da literatura universal ao longo dos séculos. É o caso de ‘Adoration’, que inaugura o festival e ‘Valley of Souls’ que encerra.

A viagem sem retorno no deserto de ‘Fortress’de Ludovica Andò e Emiliano Aiello,  inspirado no romance de Dino Buzzati, a viagem através da memória histórica em ‘I Do Not Care if We Go Down in History as Barbarians’, de Radu Jude, assim como em ‘Endless Night’,de Eloy Enciso são outros exemplos.

Concordando com Pérez Reverte que defende que a viagem é sobretudo um exercício sentimental, nota especial para ‘There Was a little Ship’, de Marion Hänsel, a organização dá uma nota especial para ‘Out Stealing Horses’, de Hans Petter Moland, e ainda o périplo pela consciência dividida e anulada em ‘The Good Girls’de Alejandra Márques Abella. Haverá ainda espaço para revisitar ‘Campo’, de Tiago Hespanha, uma história que tem a natureza humana como ponto de partida. 

O foco nos filmes italianos que, desde o pós-guerra, levam a narrativa contemporânea ao cinema, com uma proposta visual cinematográfica específica é uma das apostas. O ciclo integra grandes clássicos de Rossellini, Visconti, Antonioni e Pasolini, propondo uma lista de filmes que se valem da estrutura narrativa e da temática da viagem para a exploração da identidade, outro dos grandes assunto da literatura contemporânea.

Ao longo da semana, o FICLO proporá ainda outros espaços de debate com os realizadores e uma mesa redonda em torno do tema intitulado ‘Cinema, literatura e alteridade – os Monstros como metáfora do Outro’. O FICLO é promovido pelo Cineclube de Tavira em co-produção com a Câmara Municipal de Olhão e é apoiado pelo Programa 365 Algarve.

Seleção da Competição Internacional:

‘Adoration’, Fabrice du Welz, Bélgica, fic., 2020, 98′ (Estreia nacional)

‘I Do Not Care if we go down in History as Barbarians’ [Îmi este indiferent dacă în istorie vom intra ca barbari], Radu Jude, Roménia, fic., 2018, 180′

‘Campo’, Tiago Hespanha, Portugal, doc., 2019, 100′

‘Endless Night’ [Longa Noite], Eloy Enciso, Espanha, fic., 2019, 93′

‘Fortress’ [Fortezza], Ludovica Andò, Emiliano Aiello, Itália, fic., 2019, 72′ (Estreia nacional)

‘Out Stealing Horses’ [Ut og stjæle hester], Hans Petter Moland, Noruega, fic., 2019, 123’ (Estreia nacional)

‘The Good Girls’ [Las Niñas Bien], Alejandra Marquez, México, fic., 2018, 93′ (Estreia nacional)

‘There was a Little Ship’ [Il était un petit navire], Marion Hänsel, Bélgica, doc., 2019, 65′ (Estreia nacional)

‘Valley of Souls’ [Tantas Almas], Nicolás Rincón Gille, Colombia, fic., 2019, 127’ (Estreia nacional)

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