Lagoa quer critérios justos para covid-19

O Governo está a estudar um ajustamento às medidas relacionadas com o covid-19, mas Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, colocou na ordem do dia uma questão que pode influenciar a avaliação do plano de desconfinamento.

“Lagoa tem uma incidência em função dos cerca de 22700 habitantes no concelho, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Estatística de 2019. Estamos a receber turistas desde a semana passada e, por isso, temos cá mais pessoas. Alguns dos casos registados são de visitantes. No entanto, a base de avaliação não foi alterada e não tem este fator em conta. Não é justo, porque, às tantas, temos 30 ou 40 mil pessoas e continuamos a ter uma incidência baseada nas 23 mil pessoas que habitam no concelho”, explicou o autarca em declarações ao Lagoa Informa.

E foi com este pressuposto que Luís Encarnação deu nota desta preocupação ao secretário de Estado responsável, sendo um assunto que merecerá insistência junto deste governante e da Comunidade Intermunicipal Amal.

“Não é justo e não está correto. É preciso fazer um ajuste a este nível”, defende. E podem ser duas as opções em cima da mesa. Ou os turistas não contam para os números dos concelhos ou a base de avaliação é alargada. “Senão, não estamos em pé de igualdade com os demais, com todas as consequências que isso tem para Lagoa e para a região. Seja o nosso caso, seja Tavira, Vila do Bispo, Albufeira ou outro qualquer concelho do Algarve. Não é só esse que é prejudicado, mas toda a região. Isto tem de ser analisado”, acrescenta Luís Encarnação.

Na última avaliação do Governo, a 20 de maio, Lagoa recebeu um aviso, pois tinha mais de 120 casos por cada cem mil habitantes acumulados nos 14 dias anteriores. Esta quinta-feira, dia 27 de maio, haverá uma nova avaliação e, caso o concelho esteja dentro dos limites definidos como de risco de contágio moderado ou suba para elevado poderá ser penalizado. Apesar desta realidade, Luís Encarnação mantinha-se confiante, na segunda-feira, 24 de maio, de que o concelho baixaria o número de casos até esta avaliação.

“Se a tendência de decréscimo se mantiver, Lagoa deixará de ficar numa situação de alerta. Nos últimos nove dias, o concelho tinha registado dez novos casos, o que representa uma média muito baixa de propagação do vírus. Nestes últimos dias que nos separam até à próxima contagem vão ser expurgados da contagem 16 casos”, justificava o autarca no início desta semana.

Luís Encarnação recorda que o concelho nunca esteve numa situação alarmante. O limite de 27 casos acumulados em 14 dias coloca-o em risco moderado e o dobro desse número, 54, em risco elevado. Na última avaliação, Lagoa tinha 36 casos, mas tem vindo a baixar os números.

Ainda assim, será essencial continuar a adotar comportamentos de segurança sanitária para evitar surtos e contágios, permitindo que a economia reabra sem sobressaltos, alerta o autarca.

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