Livro conta história na primeira pessoa

by vanessa correia · Published 25 Outubro, 2019 · Updated 17 Outubro, 2019

Texto: Ana Sofia Varela

Joana Moreira Baptista tem 15 anos e estreou-se na literatura com ‘Os Camelos Salvam Vidas’, onde partilha com os leitores os momentos que atravessou na recuperação de dois aneurismas que sofreu.

O lançamento do livro, promovido pela AGITAR – Associação Cultural, Social e Desportiva, com os apoios da Junta de Freguesia de Portimão e do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (Grupo Lusófona), publicado pela editora Arandis, decorreu a 21 de setembro, data em que é celebrado o Dia Mundial da Gratidão, na Casa Manuel Teixeira Gomes, perante uma sala cheia.

À Algarve Vivo, a jovem explicou que foi “operada em 2016 a um aneurisma e o livro fala sobre a recuperação”, sobre a forma como ultrapassou esse acontecimento e sobre as “mudanças no pós-operação”.

O título “Os camelos salvam vidas” remete para uma das recordações que tem da situação que ultrapassou. “Estava a ir de ambulância de Faro para Lisboa e conheci um enfermeiro que me contou a piada dos camelos. Isto porque eles tinham que me colocar o soro e eu não queria. Então, eles explicaram que era ‘baba de camelo’ e conseguiram convencer-me”, conta. Nessa altura, Joana Moreira Baptista ainda não tinha muita noção de que tinha sofrido um aneurisma, com duas hemorragias, tendo que ser operada a 21 de janeiro de 2016. No entanto, assegura que muito mudou na sua vida, “incluindo a perspetiva em relação a determinadas situações, em relação às pessoas”, quer ao seu redor, quer as que ultrapassaram situações semelhantes à sua.

Ainda assim, esta não é uma história para que as pessoas sintam pena da autora, mas para “ajudar quem tenha passado por uma experiência menos positiva”, justifica. Aliás, tanto assim é que a ideia de colocar em livro a sua história foi quase um acaso. “Sempre gostei de escrever em diários. Foi o que fiz no início e quando mostrei o que tinha escrito a algumas pessoas, disseram-me que daria um bom livro”, descreve Joana Moreira Baptista.

Com o livro lançado há menos de um mês, a autora já foi convidada para participar em programas de televisão, como “o programa da Cristina”, na SIC. “Foi um bocadinho diferente do que estava habituada, mas correu bem”, avalia Joana, que frequenta o 10º ano, em línguas e humanidades. A experiência de escrever pode até nem ficar por aqui, porque é algo que gosta de fazer, afirma.

Para já, a autora refere que quer “que entendam a história” que conta, e apesar de saber que não irá “salvar vidas com o livro, se conseguir que apenas uma pessoa entenda as lições que lá estão, já terá valido a pena tê-lo escrito”.