Margarida Tengarrinha passa ao papel memórias de falsificadora

Revelados capítulos totalmente desconhecidos sobre a luta clandestina pela liberdade durante o regime salazarista.

Texto: FERNANDO MANUEL VIEIRA / Foto: JOÃO CARLOS FIGUEIRAS

Na plenitude dos seus quase 90 anos, Margarida Tengarrinha continua a dar provas de combatividade e irreverência, tendo lançado recentemente no Museu de Portimão, sua cidade natal, o livro ‘Memórias de uma falsificadora – A luta na clandestinidade pela liberdade em Portugal’.

A obra resgata, numa escrita de fino recorte literário, “mais do que um pedaço da minha vida”, conforme observou a autora, que recorda na primeira pessoa o período, entre as décadas de 1950 e 1970, durante o qual se dedicou, com o companheiro José Dias Coelho, a produzir documentos destinados aos seus camaradas comunistas que combatiam na clandestinidade o regime fascista. Não raras vezes, esses papéis representaram a diferença entre a vida e a morte, nas prisões de Salazar.

De resto, essa sua arriscadíssima atividade obrigaria Tengarrinha a mudar constantemente de poiso e identidade, pois os esbirros da PIDE não lhe concederam um minuto de descanso.

Ao decidir transcrever para o papel esse conturbado período, a autora pretendeu também homenagear todos quantos apoiaram o movimento contestatário, nem sequer sendo militantes ou simpatizantes do comunismo, sem esperar honras ou glórias, apenas porque eram pessoas com princípios, e a que Margarida Tengarrinha chama “heróis anónimos”, que também foram os familiares dos presos políticos.

A obra tem 180 páginas e reúne fotografias e imagens inéditas. Custa 12 euros e possui chancela editorial da Colibri, em cuja página na Internet poderá ser encomendada.

 

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