Miguel Oliveira resignado com a falta de público

Texto: Hélio Nascimento

Miguel Oliveira venceu a corrida de Portimão do Mundial de MotoGP em novembro passado, depois de conquistar a ‘pole position’ e dominar a toda a linha, uma proeza que, embora comemorada em larga escala, não teve público nas bancadas.

Cinco meses depois, de novo com os maiores nomes do motociclismo em solo algarvio, as bancadas do Autódromo vão estar outra vez vazias de adeptos. “É uma notícia triste, mas um pouco esperada”, admitiu o piloto de Almada, resignado com a decisão do Governo, que “temos de respeitar”, embora lamentando a falta de público num evento “tão prestigiado” como o MotoGP.

Recorde-se que foi avançado, há poucos dias, que eventos como o Grande Prémio de MotoGP e de Fórmula 1 e a I Liga de Futebol não terão a presença de público. 

Mesmo sem caráter oficial – a informação foi veiculada por fonte do Governo – tudo indica que assim seja, na sequência do período de desconfinamento, que se prolonga até maio.

A administração do Autódromo enviara já à Direção-Geral de Saúde um detalhado plano de segurança, que incluía a obrigatoriedade de todos os adeptos terem um resultado negativo num teste para poderem aceder ao circuito, mas não parece que a proposta surja efeito.
Recorde-se que a corrida de Fórmula 1, em outubro, gerou grande controvérsia, devido ao aglomerado de público e incumprimento do distanciamento mínimo, mas, na verdade, não foram verificados quaisquer surtos daí resultantes. 

A ausência de público no Mundial de MotoGP e no de Fórmula 1, marcados, respetivamente, para 18 de abril e 2 de maio, foi já fortemente criticada pelos setores da hotelaria e turismo, nomeadamente por Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), que aludiu a “excesso de zelo” por parte do Governo, que “autoriza eventos como casamentos, em recintos fechados, mas não permite a assistência a eventos desportivos” ao ar livre, como o futebol, a Fórmula 1 e o MotoGP. O responsável da AHETA considerou que a presença de público seria possível “se fossem cumpridas regras de segurança, de distanciamento social, tendo em conta a evolução positiva da pandemia” em Portugal, sublinhando que “fazia sentido não autorizar uma lotação esgotada, mas sim uma lotação limitada a um certo número de espetadores, que não poria em causa as questões de segurança”.  

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