Motonáutica proporcionou momentos de felicidade a crianças
Texto: Hélio Nascimento | Foto D.R.
O Grande Prémio de Lagoa de motonáutica, realizado a 8 e 9 de junho, foi um êxito e levou à Praia da Angrinha um público entusiasta e até conhecedor, que vibrou com as acrobacias dos cerca de 50 pilotos em prova, entre portugueses e espanhóis. Mas, para além desta corrida inaugural do Nacional de Aquabike em jetski e motos de água, o evento contou também com a participação de escolas do concelho e de uma associação de pessoas com deficiência, o que mereceu de Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, e de Paulo Ferreira, presidente da Federação Portuguesa de Motonáutica, palavras sentidas e de profunda satisfação.
“O nosso objetivo, ao recebermos uma prova desta dimensão, passa por apoiar o caráter desportivo e a competição, o que se insere no terceiro nível do plano de desenvolvimento estratégico do concelho, ‘Lagoa acolhe grandes eventos’, e também, num outro contexto, abordando o que se passou nos primeiros dias da semana, toda uma atividade que se integra no primeiro eixo, que é o Desporto para todos”, disse Luís Encarnação ao Lagoa Informa.
Para o autarca, “a possibilidade de as nossas crianças e as pessoas com deficiência terem este batismo de navegação marítima, isso sim, é o trabalho que queremos fazer, com o desporto a proporcionar momentos de felicidade e momentos únicos”.
Paulo Ferreira, por sua vez, sublinha o “orgulho grande, que me cortou o coração, quando uma criança e adultos invisuais me perguntaram de que cor era a moto e de que cor estava água, e que era algo que nunca tinham pensado experimentar”.
Os primeiros dias de atividade na Praia da Angrinha, logo no início do mês, tiveram caraterísticas muito distintas, comparando com a competição, mas nem por isso deixaram de prender a atenção geral e até causar alguma emoção, em especial com a presença da Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve (APEXA).
Pilotos com pulso para o mar agitado
Numa outra vertente, a captação de novos talentos, através de iniciativas de formação de condução de embarcações, angariou, certamente, alguns candidatos a aventurarem-se na Fórmula Futuro.
Destinada a jovens entre os 6 e os 16 anos, esta “porta de entrada para o mundo da motonáutica” foi devidamente acompanhada por monitores da Federação, até porque, é bom assinalar, não se tratava de competição, mas sim de uma ação de formação. As escolas do concelho não faltaram à chamada e a participação de mais de uma centena de alunos saldou-se por um êxito que justifica continuidade, de modo que alguns destes miúdos possam vir a ser, de facto, ‘ases’ na modalidade.
“Temos 17 quilómetros de costa, o que é fantástico, com condições para promover atividades aquáticas. É a nossa maior infraestrutura e a mais barata”, vinca Luís Encarnação, determinado em manter esta parceria.
“Da nossa parte é para continuar. Já somos repetentes e promover esta prática envolvendo as crianças, é algo com um ‘feedback’ muito positivo. Os miúdos querem vir e a adesão é francamente positiva, mesmo nesta altura do ano, com exames e provas escolares a decorrerem. Queremos dar mais experiências gratificantes às crianças”, concluiu o presidente da Câmara.
Em relação ao Grande Prémio, o ponto forte da semana em termos de competição, o mar bravo que se fez sentir no sábado (dia 8) e a adrenalina da luta pela vitória, no domingo, ainda provocaram algumas lesões, que obrigaram, inclusive, ao transporte de três atletas ao hospital, mas sem consequências. “Os pilotos provaram que têm pulso para este mar agitado e que estão preparados para o Mundial, em Olbia, Itália. Foi a primeira prova do Nacional e acho que não podia ter melhor arranque”, acrescentou Paulo Ferreira.
“Para o ano? Sim, é para repetir. A Junta de Freguesia também está entusiasmada e o Instituto Português do Desporto e Juventude, através do diretor Custódio Moreno, não faltou ao espetáculo. Este é o segundo ano de provas em Lagoa e estaremos cá em 2025”, prometeu o líder federativo.