Nova barragem ou dessalinização serão apostas

Ainda que seja fundamental “o uso mais eficiente da água”, serão também necessários “alguns empreendimentos que possam aumentar a disponibilidade da reserva de água, que poderão passar pela criação de uma barragem ou pela aposta na dessalinização”, referiu o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, durante a VI Reunião do Conselho Local de Acompanhamento da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, realizada a 3 de fevereiro em Loulé.

Ao longo do dia, vários especialistas passaram pelo palco do Cineteatro para trazer o conhecimento técnico sobre esta matéria, apresentando estudos, perspetivando cenários ou criando soluções para mitigar o impacto das alterações climáticas.

O ministro respondeu a questões levantadas pelo presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, relativamente aos problemas de seca que afetam a região algarvia e à subida do nível médio das águas do mar.

Segundo o autarca, seria pertinente que as verbas arrecadadas com a taxa turística pudessem reverter para um Fundo Ambiental Municipal – a utilizar em situações de crise, aquando de devastações resultantes dos fenómenos extremos, tendo João Matos Fernandes considerado que a criação deste Fundo, “à escala municipal ou intermunicipal, faz todo o sentido”.

Loulé é exemplo
A eficiência hídrica tem sido uma das áreas em que o Município de Loulé se tem focado, seja através de campanhas de sensibilização para a redução do consumo de água, seja em ações concertadas em parceria com as empresas municipais ou até com a criação de um Gabinete para a Eficiência Hídrica, uma unidade orgânica que está a trabalhar “num Plano ambicioso para o combate às perdas através da renovação das redes e introdução da inteligência e tecnologia”.

Loulé foi também um dos primeiros municípios portugueses a despertar para a questão das alterações climáticas, com a integração, há cinco anos, do projeto ClimAdapt.

“Planos, ações, decisões de investimentos futuros uma vez plasmados em documentos são para valer como verdadeiros Pactos de Regime que irão muito além dos ciclos políticos eleitorais”, afirmou Vítor Aleixo, que apelou às gerações mais jovens para fazerem parte ativa neste processo: “Não receiem envolver-se. Tomem parte!”.

Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, falou da criação de um Roteiro Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, das verbas canalizadas para esta matéria e das decisões futuras a serem tomadas.

Vítor Aleixo encerrou este evento, apelando à envolvência de todos para a ação climática e afirmando uma vez mais a vontade e disponibilidade do município para o estabelecimento de sinergias, numa causa de tanta emergência.

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