Opinião: Da marcha para a miséria

Pedro Manuel Pereira | Historiador


Continuamos à espera – impacientemente – que a malta do governo corte verdadeiramente na despesa pública, a começar pela do elenco governativo, indo pelas empresas públicas, empresas municipais, institutos, fundações, direções gerais, observatórios, a nível nacional e regional e quejandos cóis fantasmas e anuncie medidas estruturais de promoção de riqueza como por exemplo: criação de centrais de dessalinização; reativação das centrais de carvão para a produção de electricidade; incentivos ao desenvolvimento de uma agricultura moderna e eficaz; incentivos à criação de uma frota pesqueira moderna; incentivos à criação de uma frota de transportes marítimos – que já tivemos em força até há trinta anos – de passageiros e de carga; incentivos ao desenvolvimento de polos tecnológicos de ponta nas mais diversas áreas da robótica e da informática, por exemplo, áreas estas em que possuímos uma vasto leque de gente altamente especializada; incentivos à criação de unidades fabris de concentrados de frutos, de sumos e de vegetais; revitalização dos imóveis dos centros urbanos, recorrendo à expropriação sempre que os proprietários não façam as necessárias obras e deem a devida ocupação aos edifícios e… por aí fora. Há tanto para fazer de forma a evitar que continuemos a ver a nau portuguesa a afundar-se…

Só mesmo por incúria, desleixo, ignorância, imbecilidade, ou má-fé, é que medidas como as que referimos não são implementadas, complementadas com outras formas de combater o desemprego, a fome e a miséria, que vão alastrando pelo país fora como fogo à palha.

Meus senhores, sem criação de riqueza, esta história da manutenção dos valores dos impostos nos mais diversos bens, a começar pelos essenciais, como panaceias à penúria gerada pela incontrolável inflação (dada a conjuntura de crise mundial económica mundial), que todos os dias nos vem caindo no prato da sopa – para aqueles que ainda comem regularmente – e de despedimentos, irá conduzir rapidamente a nação para a fome, para a miséria e para a falência, porque não é com medidas avulsas de adiantamentos de verbas miseráveis, como as que o governo vai emprestar ao povo em Outubro, que os problemas de fundo e a curto e médio prazo se resolvem. Este não é mais do que um truque de ilusionismo barato do governo, como vem sendo hábito…

Só mesmo uma política económica gizada por um governo mentecapto e serventuário de uma União Europeia em risco de implosão, é que pode imaginar que espremendo com impostos o povo pagante até este se quedar na pobreza, pode gerar emprego e riqueza.

Se não há dinheiro que sobre, depois dos gastos elementares, por parte dos cidadãos, não existe consumo de bens. Logo, as empresas, o comércio e as fábricas fecham, originando falências e desemprego. É assim a modos como que o princípio da física: «miséria atrai miséria». Ora para governar desta forma uma nação, não são precisos tantos indivíduos agrupados em governo.

Qualquer dona de casa – com o elevado respeito que nos merece – pode substituí-lo, com inegáveis benefícios em termos de poupança na despesa que vem sendo esmifrada dos bolsos rotos dos portugueses.

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