Resposta rápida à COVID-19 levou a espírito de união

Texto: Ana Sofia Varela


O novo coronavírus chegou a Portugal no início de março, mas de forma rápida foram criados mecanismos para evitar a propagação. No Algarve, os números foram reduzidos, sobretudo, pelas fortes medidas tomadas pelas autarquias, autoridades de saúde e população local.
A 4 de maio, dia que marcou a primeira fase de desconfinamento e após 45 dias de Estado de Emergência, decretado por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, registavam-se 333 casos e 13 mortes devido à COVID-19 no Algarve, face aos 25524 infetados, 1712 recuperações e 1063 mortes em todo o território nacional.

Desde o fecho de parques infantis, equipamentos culturais e desportivos, ao encerramento de acessos às praias, fecho do comércio local, medidas de apoio à população, linhas de crédito e testes à COVID-19 realizados em diversos espaços, houve um sentimento de resposta imediata às necessidades levantadas à medida que o tempo foi decorrendo. Apesar de o Governo ter tomado muitas das decisões, foram as Câmaras Municipais que estiveram na linha da frente e conseguiram estar mais perto de quem precisa

Também, neste caso, a sociedade uniu-se de muitas formas para fabricar materiais de proteção, como máscaras, viseiras e fatos. Alguns dos empresários conseguiram reinventar-se para poder continuar a trabalhar, recorrendo ao mundo virtual, o que aconteceu de forma semelhante com a comunidade educativa.

Palavras como ‘teletrabalho’ e ‘telescola’ entraram ‘porta dentro’ de muitas casas, numa sociedade que conseguiu encontrar meios para a economia não parar de forma total.

Ainda assim, houve prejuízo para muitas empresas, e com a primeira fase de desconfinamento quase concluída, são muitos os desafios que estão para chegar, pois há muitos empresários que temem as repercussões desta crise sanitária que, por sua vez, provocará uma crise financeira. Um dos maus indicadores para o Algarve é o crescimento exponencial do desemprego, numa região que vive do turismo e que ainda vê as fronteiras fechadas a quem chega de fora. A vacina pode ser a solução para contornar uma potencial segunda vaga de infeção, mas é necessário que os investigadores conseguiam produzi-la em tempo útil.


Datas para o desconfinamento

4 de maio

Desde o início deste mês é obrigatório o isolamento de pessoas doentes e em vigilância ativa, havendo também o dever cívico de recolhimento domiciliário.

São proibidos os eventos e ajuntamentos com mais de dez pessoas e há uma lotação máxima de cinco pessoas por cada cem metros quadrados em espaços fechados.

Entre as medidas de alívio do isolamento encontra-se também a permissão de familiares nos funerais, ainda que o exercício profissional continue em regime de teletrabalho, sempre que as funções assim o permitam. A partir deste dia, os transportes públicos passaram a poder ter uma ocupação de dois terços da capacidade total, sendo obrigatório o uso de máscara pelos utentes.
Abriram os balcões desconcentrados dos serviços públicos, mas o atendimento é feito por marcação prévia e é obrigatório o uso de máscara.

As lojas com até 200 metros quadrados, com porta para a rua, abriram também, assim como os cabeleireiros, manicures e serviços similares, e é possível praticar desportos individuais ao ar livre, sem utilização de balneários nem piscinas.

Foi possível ainda abrir livrarias, bibliotecas e arquivos, bem como os espaços de comércio automóvel.

18 de maio

Na fase intermédia de desconfinamento é permitido que abram lojas com porta para a rua que tenham até 400 metros quadrados ou partes de lojas até esta dimensão, ficando as maiores sujeitas a decisão da autarquia local. É, no entanto, obrigatório uso de máscara.

Os restaurantes, cafés e pastelarias, incluindo os que têm esplanadas, reabrem, mas só podem ter lotação a 50 por cento do que o habitual, não podendo encerrar após as 23h00.

Esta data marca o regresso à escola dos alunos do 11º, 12º ano, 2º e 3º ano de outras ofertas formativas, equipamentos sociais na área da deficiência, creches e jardins de infância. Abrem os museus, monumentos, palácios e galerias de arte.

30 e 31 de maio

O último fim de semana de maio marca o regresso das competições oficiais da primeira liga de futebol e da Taça de Portugal, bem como as celebrações comunitárias de acordo com regras a definir entre Direção Geral de Saúde e as diversas confissões religiosas.

1 de junho

No calendário, o primeiro dia de junho tem como medidas de desconfinamento a abertura das Lojas do Cidadão, com atendimento por marcação prévia, e das lojas com mais de 400 metros quadrados ou inseridas em centros comerciais.

Os cinemas, teatros, auditórios, salas de espetáculo podem abrir mas com lugares marcados, lotação reduzida e distanciamento físico. O teletrabalho passa a ser parcial, com horários desfasados ou equipas em espelho.

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