Restaurante ‘D’Arlete’, um ‘mimo’ gastronómico

Texto e foto: José Garrancho


A Rua Santa Isabel, que já foi uma artéria comercial de renome e, mais tarde, veio a decair, está de novo a ganhar pujança, com o aparecimento de várias atividades capazes de atrair clientela de qualidade.

A mais recente, aberta no dia 9 de janeiro, é um exemplo de como é possível reaproveitar antigos espaços comerciais, com ideias criativas e atuais. D’Arlete é o nome do pequeno e simpático restaurante que se encontra no nº 71, onde, em tempos, a Dona Arlete, sogra de Jan, possuiu uma mercearia, durante quase duas décadas, até que se reformou.

Porque desejavam iniciar um negócio, mas o preço dos trespasses é elevado, Robson, marido de Jan, sugeriu ocupar a pequena loja, propriedade sua. Estudaram o pequeno espaço, acharam que tinha viabilidade, decoraram-no eles próprios e navegam de vento em popa.

O Portimão Jornal foi visitar o restaurante e encontrou um espaço íntimo, bem decorado, com música de fundo suave. A cozinha está separada da sala por um simples balcão e a lotação, dependendo das reservas, oscila entre as 16 e as 22 pessoas, sendo ideal para um jantar a dois ou para convívio de um pequeno grupo de amigos, em exclusividade.

Jan e Vera tomam conta da casa, com imensa simpatia e muito profissionalismo, fruto da sua vasta experiência em hotéis de 5 estrelas e restaurantes com estrela Michelin. Recusam-se a ser considerados ‘gourmet’.

Jan, o ‘chef’, um alemão que tirou um curso de cozinha e estagiou no ‘Vila Joya’, há 22 anos, na altura o melhor restaurante no Algarve. “Este espaço é mais um ‘confort food’. Temos cozinha portuguesa e mediterrânica, mas com um toque nosso. Paralelamente, temos pratos mais internacionais. Apostamos na qualidade e só utilizamos produtos frescos, de produtores locais. Compramos o peixe no mercado, as amêijoas vêm da Ria de Alvor, o azeite de Moncarapacho, com várias medalhas de ouro em concursos internacionais. A nossa intenção é que os clientes consigam identificar os sabores do que consumiram. Nada de cozinha molecular”, atesta.

Vera fez um curso profissional de restaurante e bar, porque o pai fazia serviços de ‘catering’. “Comecei a ir com ele, muito jovem e achava imensa piada em transformar os espaços e decorá-los”, revela.

De seguida, entrou na Universidade e completou o curso de direção turística e hoteleira. “Sempre preferi a parte de comidas e bebidas e iniciei-me como empregada de mesa no Bairro Alto Hotel, para ganhar experiência, pois um canudo não é tudo. Depois fui assistente de ‘F&B’ num hotel na Quinta do Lago e fui por aí fora, em vários hotéis de renome, no Algarve”, conta. Fez a abertura do ‘Grand House’, em Vila Real de Santo António, onde encontrou Jan, e formaram uma parelha perfeita no setor da restauração.

‘D’Arlete’ encontra-se com uma ocupação superior à que esperavam, para um início no inverno. A clientela é composta por locais e turistas, e já existem clientes a repetir a experiência. “Tem sido uma surpresa”, afirma Vera, sorridente. Servem almoços e jantares, de terça-feira a sábado, ‘brunch’ ao domingo e encerram à segunda-feira.

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