Líder do PS/Algarve silencioso sobre saída de militantes em Vila do Bispo

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De uma só assentada, saíram “70 por cento” dos cerca de 70 filiados na concelhia, “mas haverá muito mais a sair brevemente”, diz à Algarve Vivo Nuno Amado, que foi militante durante 16 anos e passa a presidente da Assembleia Municipal como independente. Em causa está a decisão da direção nacional dos socialistas em impor a recandidatura de Adelino Soares à Câmara. Líder da Federação do PS/Algarve, António Eusébio, não se pronuncia.

José Manuel Oliveira

Cerca de 70 por cento dos militantes do PS no concelho de Vila do Bispo, ou seja, meia centena de filiados, abandonaram há duas semanas o partido em protesto contra a nomeação de Adelino Soares novamente como candidato à presidência da Câmara Municipal nas eleições autárquicas a realizar no próximo Outono, imposta pela direção nacional dos socialistas. O líder da Federação do PS/Algarve, António Eusébio, não reage à situação nem às críticas ao partido.

“Estive filiado no PS cerca de 16 anos. Se não estou em erro, o PS em Vila do Bispo tinha na altura cerca de 70 militantes e agora de uma só assentada saíram 70 por cento deles. Mas haverá muito mais a sair brevemente, creio. Ou seja, fica um partido do presidente da Câmara, seus familiares e amigos próximos”, disse ao ‘site’ da revista Algarve Vivo Nuno Amado, após se ter demitido da presidência da concelhia, entregue o cartão de militante e anunciado manter-se como presidente da Assembleia Municipal na qualidade de independente.

Como Algarve Vivo noticiou na altura, Nuno Amado comunicou este conjunto de decisões de forma surpreendente e em pleno salão nobre dos Paços do Concelho a 22 de janeiro, durante a sessão solene do Dia do Município.

“PS DÁ LIÇÃO DE COMO AFASTAR AS PESSOAS DA POLÍTICA”

“O PS nacional, primeiro decide cumprir os estatutos e dá indicação para a estrutura local escolher os candidatos e, depois de escolhidos, volta com a palavra atrás e muda de ideias, com base numa moção aprovada em congresso que indica que os atuais presidentes são os candidatos, independentemente da sua capacidade, competência ou aceitação popular. Face a tudo isto, e como tenho o defeito de ser uma pessoa com verticalidade, idónea e que prezo os princípios básicos da dignidade, venho hoje dar a conhecer a esta Assembleia que apresentei a demissão enquanto líder partidário local, bem como me desvinculei enquanto militante do partido pelo qual fui eleito, passando à qualidade de eleito independente enquanto presidente da Assembleia Municipal. O mesmo sucede com outros membros da bancada do PS, inclusivamente com os presidentes de junta de Búdens e Vila do Bispo. Se isolado estava o presidente de Câmara, isolado continuar”, revelou, então, Nuno Amado.

Depois de classificar como “retrógrada e anti estatutária” a atitude da direção nacional dos socialistas, considerou que o partido “dá agora uma lição de como afastar as pessoas da política”.

PRESIDENTE DO PS/ALGARVE SILENCIOSO

Algarve Vivo confrontou, por ‘email’, o presidente da Federação do PS/Algarve, António Eusébio, com as críticas e a posição assumida por aquele agora ex-responsável da concelhia de Vila do Bispo, bem como com o facto de se ter demitido a maioria dos militantes locais devido à imposição da direção nacional do partido no candidato à Câmara Municipal, Adelino Soares, mas não obteve resposta. Aquele dirigente regional socialista também não reagiu à questão por nós colocada sobre se se sentia desautorizado por tal decisão do seu partido em Lisboa, depois de ele próprio ter garantido num jantar em Sagres que a escolha do candidato à Câmara pertencia à concelhia e mostrar solidariedade com a retirada da confiança política, no dia 5 de maio de 2015, ao presidente Adelino Soares.

 

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