“O mundo não acaba aqui. Há mais marés do que marinheiros”

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Vice-presidente da Comissão Política Distrital de Faro do CDS, Francisco Paulino, que tinha sido indicado no Algarve como terceiro da lista de candidatos a deputados da coligação PSD/CDS, garante que não se demitirá, manifesta apoio à aposta em Teresa Caeiro pelo Conselho Nacional dos populares e assegura desde já “motivação” para a campanha eleitoral, respondendo às críticas do PS.

José Manuel Oliveira

“O mundo não acaba aqui. Há mais marés do que marinheiros”. Quem o diz, em tom calmo, à Algarve Vivo é Francisco Paulino, um dos vice-presidentes da Comissão Política Distrital de Faro do CDS, sobre a escolha do seu partido em Teresa Caeiro para o terceiro lugar da lista da coligação PSD/CDS de candidatos a deputados por este círculo nas eleições legislativas que terão lugar no dia 4 de outubro.

Isto, recorde-se, depois de, em recente Assembleia Distrital do CDS, ao qual foram atribuídos os terceiros e sétimos lugares, além de dois suplentes, na lista do Algarve da coligação dos partidos do Governo, ter sido aprovado o nome de Francisco Paulino precisamente para o lugar agora ocupado por Teresa Caeiro por decisão do Conselho Nacional.

Depois de garantir que não se demitirá do cargo que ocupa nas estruturas do CDS, assegurando desde já a sua “motivação” para a campanha eleitoral, independentemente dos candidatos, Francisco Paulino, que ocupará o sétimo lugar na lista pelo Círculo de Faro, nota que, para si, “em primeiro lugar está o país, em seguida o partido e só depois penso em mim”.

“Mal-entendido”

Por outro lado, admite ter havido um “mal-entendido” no Algarve com os órgãos do CDS ao nível do terceiro lugar da lista de candidatos a deputados, que, afinal, “tem obrigatoriamente de ser de uma senhora” e que a escolha está incluída “na quota nacional” do partido. “Gostaríamos que fosse um algarvio ou uma algarvia, mas o mundo não acaba aqui. Há mais marés do que marinheiros. O partido tomou a decisão que entendeu, é legítima e agora é preciso ajudar o país a ultrapassar as dificuldades”, sublinha aquele dirigente distrital do CDS e membro do Conselho Nacional.

Sobre a figura de Teresa Caeiro, jurista, de 46 anos e natural de Lisboa, Francisco Paulino enaltece “a ilustre deputada e vice-presidente da Assembleia da República, que durante a campanha eleitoral irá certamente aperceber-se dos problemas do Algarve”. Em relação às críticas do seu colega do CDS Arlindo Fernandes, também vice-presidente da Comissão Política Distrital de Faro, que, em declarações a Algarve Vivo, pergunta “mas, afinal, o que representa Teresa Caeiro para o Algarve?”, considerando a sua nomeação por Paulo Portas como “uma maneira de garantir emprego aos seus amigos, a uma ‘girl’”, Francisco Paulino, após lembrar que aquele órgão do partido é constituído por nove elementos, entende ser natural “não existir unanimidade de opiniões”. “Compreendo a posição de Arlindo Fernandes. É a posição dele”, acrescenta.

Já quanto às críticas do PS/Algarve, que, em comunicado, classifica como “dois turistas” a inclusão de Teresa Caeiro (CDS) e de Pedro Lomba (PSD), secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional na lista da coligação PSD/CDS pelo Círculo Eleitoral de Faro, Francisco Paulino, inicialmente com ironia, responde: “o turismo é a nossa principal atividade económica e todos os turistas acrescentam valor ao Algarve”. Depois, recorda algumas figuras fora da região, nomeadamente João Soares, que o PS escolheu nas últimas eleições legislativas para encabeçar a lista de deputados.

Por seu turno, José Pedro Caçorino, principal dirigente da Distrital de Faro do CDS e vereador da Câmara Municipal de Portimão, manifestou o seu apoio a Teresa Caeiro na página do partido no Algarve no Facebook: “Com grande orgulho defenderei a eleição de Teresa Caeiro pelo Círculo de Faro, integrando a lista da Coligação Portugal à Frente, como primeira representante do CDS”.

Nomeação de Pedro Lomba está a causar “apreensão” entre sociais-democratas no Algarve

A indicação do secretário de Estado Pedro Lomba, imposto pela quota nacional do partido liderado por Passos Coelho, como quarto da lista da coligação PSD/CDS pelo Círculo Eleitoral de Faro, está a causar “apreensão” entre sociais-democratas no Algarve. “É um falhanço do partido e os erros políticos vão pagar-se”, lamentaram alguns elementos do partido a Algarve Vivo.

 

 

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