Portimão, uma cidade em construção: debate lança ideias para o futuro

A Teia D’Impulsos promoveu um debate sobre o futuro de Portimão, a poucos dias do início do ano em que a cidade comemora 50 anos de democracia e 100 anos de elevação a cidade.

O debate, que contou com a presença de representantes de diferentes áreas da sociedade, foi rico e divergente, lançando ideias que deverão ser tidas em conta para o desenvolvimento da cidade.

Trânsito, educação e desporto

Na área do trânsito, Marco Rodrigues, arquiteto da ARQ10, defendeu que a solução não passa por retirar os carros do centro da cidade, mas por planear a interligação entre as infraestruturas com base nas dinâmicas sociais e económicas. Para o arquiteto, é importante valorizar o espaço público e criar vias que conectem os diferentes pontos da cidade.

Já na área da educação, Rui Batalau, diretor da Licenciatura em Ciências do Desporto do ISMAT, alertou para a falta de reconhecimento e respeito pela carreira docente, que se agravou com a chegada de um número significativo de imigrantes. O docente defendeu que é necessário planear melhor a formação dos professores, para que possam responder aos desafios da diversidade cultural.

No que ao desporto diz respeito, Batalau frisou a urgência de se construir um ‘Parque da Cidade’ em Portimão, onde os cerca de 60 mil habitantes da cidade possam praticar atividades físicas. O docente também criticou a falta de uma piscina olímpica no barlavento algarvio e a incapacidade dos municípios de se aliarem para gerir equipas desportivas de elevada relevância para o território.

Social e cultura

Rosa Poucochinho, presidente do GRATO, um grupo de apoio a toxicodependentes, falou das valências sociais da associação, que são fundamentais para a sobrevivência de muitas pessoas e famílias. A presidente destacou a importância da cooperação entre as mais de 50 instituições que trabalham na área social em Portimão.

Na área da cultura, Júlio Ferreira, diretor de relações públicas da Alvor FM, defendeu que é necessário operacionalizar um plano estratégico para a cultura, que deveria começar nas escolas com ações de educação cultural. O jornalista lamentou que uma programação elitista do Teatro Municipal de Portimão (TEMPO) tenha levado ao afastamento da população.

Intervenções do público

Antes das intervenções do público, Isabel Soares, chefe de Divisão de Museus, Património e Arquivo Histórico do Município de Portimão, e João Gambôa, vereador do município, falaram do trabalho que o museu e a Casa Manuel Teixeira Gomes desenvolvem junto da comunidade. Os responsáveis destacaram o potencial de Portimão, que é refletido na enorme procura por imigrantes e investidores.

O público aproveitou a oportunidade para realçar a importância da responsabilidade ambiental e da sustentabilidade de ecossistemas. Foram também abordadas as temáticas dos imigrantes e a sua importância na sociedade de Portimão, bem como do papel que o turismo ocupa na vida da cidade.

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